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Produtores rurais e consultores agrícolas do estado do Paraná poderão contar daqui para a frente com a Tecnologia de Bioanálise de Solo (BioAS). Inicialmente formatada para os cultivos anuais de grãos e fibras no Cerrado, a tecnologia foi expandida e, a partir de agora, está disponível também para cultivos no Paraná. O lançamento da tecnologia BioAS PR será realizado no dia 17 de maio, às 15h30, no IX Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2022.
Essa ampliação foi possível, pois foram desenvolvidos algoritmos de interpretação para os níveis de atividade enzimática (alto, médio e baixo) específicos para os solos do Paraná sob cultivos anuais. “Estamos trabalhando para que a tecnologia alcance cada vez mais regiões do Brasil e, também, outros cultivos, como cana-de-açúcar, café e pastagens”, afirma a pesquisadora da Embrapa Cerrados Ieda Mendes, líder do projeto Bioindicadores.
Lançada em julho de 2020, após vinte anos de estudos, a tecnologia BioAS foi desenvolvida com o objetivo de preencher uma lacuna nas análises de solo que eram feitas pelos laboratórios. Até então, apenas fatores relacionados à química e física eram avaliados. Com a BioAS passou a ser possível revelar aspectos relacionados ao funcionamento biológico do solo, que até então passavam despercebidos nas análises de fertilidade, mas que podem impactar o desempenho econômico das lavouras e a sustentabilidade dos agroecossistemas.
A tecnologia consiste na análise de duas enzimas (beta-glicosidase e arilsulfatase) que estão relacionadas ao potencial produtivo e à sustentabilidade do uso do solo. Elas estão associadas, respectivamente, aos ciclos do carbono e do enxofre e funcionam como bioindicadores da saúde do solo. “Uma das principais vantagens do uso das enzimas reside no fato de que elas são mais sensíveis que indicadores químicos e físicos, funcionando como eco-sensores que antecipam alterações na saúde do solo, em função de seu uso e manejo”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Fábio Bueno.
Segundo ele, quantidades elevadas desses bioindicadores indicam sistemas de produção ou práticas de manejo do solo adequadas e sustentáveis. Por outro lado, valores baixos servem de alerta para o agricultor reavaliar o sistema de produção e adotar boas práticas de manejo. “A tecnologia BioAS permite ao agricultor saber se o sistema de manejo adotado na propriedade agrícola está promovendo a saúde ou favorecendo o adoecimento do solo onde ele cultiva suas lavouras”, enfatiza.
A tecnologia BioAS está disponível para o agricultor brasileiro por meio de uma rede de laboratórios habilitados pela Embrapa. Laboratórios de todo o Brasil podem se integrar, progressivamente, à Rede Embrapa BioAS. Eles se conectam aos servidores da Embrapa através de uma plataforma web denominada Módulo de Interpretação da Qualidade do Solo da Tecnologia BioAS, que envolve inclusive o cálculo de Índices de Qualidade de Solo (IQS).
Os IQS são calculados com base nas propriedades químicas e biológicas em conjunto (IQSFERTIBIO) e separadamente (IQSBIOLÓGICO e IQSQUÍMICO). Os parâmetros de referência e tabelas de indicadores envolvidos na tecnologia BioAS são atualizados sistematicamente, com base na rede de experimentos da Embrapa de calibração e desenvolvimento dessa tecnologia. Com isso, os clientes dos laboratórios sempre terão laudos contendo resultados com interpretação atualizada pela Embrapa, safra a safra.
“Agora o agricultor paranaense e os laboratórios que prestam esse tipo de serviço de análise de solo podem contar com algo mais regionalizado e adequado para as particularidades do estado”, afirma o pesquisador da Embrapa Soja, Marco Antônio Nogueira. Segundo ele, é muito importante ter essa tabela calculada para o estado do Paraná porque isso permite uma interpretação mais real possível para a condição do estado. “A bioanálise vem ajudar o produtor paranaense que vai poder ter esse refinamento na interpretação dos seus resultados de análise de solo. É algo inédito no mundo esse tipo de interpretação. Essa grande contribuição chega agora ao nosso estado e certamente vai ajudar muito a agricultura paranaense”, enfatiza.
Os algoritmos de interpretação para a tecnologia de Bioanálise de Solo estão calibrados e disponíveis atualmente exclusivamente para cultivos anuais no bioma Cerrado e, agora, para o estado do Paraná. Pesquisadores envolvidos com a BioAS, no entanto, avaliaram que a abertura da plataforma poderia ser interessante para ampliar o banco de dados para fins de pesquisa, sem efeito em termos de recomendação agronômica. “A partir de agora dados de outros estados e culturas poderão ser submetidos à plataforma desde que a entrada de dados reflita de fato a cultura e a região de origem da amostra de solo”, informa o pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Guilherme Chaer.
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