Bahia recebe missão internacional de compradores de algodão
O projeto “Missão Compradores 2018”, organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), inclui representantes de indústrias têxtil e de ´tradings´
De terça-feira (28) até quinta-feira (30), 46 engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, consultores e outros profissionais ligados à gestão de lavouras estão participando do curso “Controle Biológico de Pragas no Brasil” na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF). Promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp) em parceria com a Embrapa, o evento tem como objetivo transferir tecnologias sobre a utilização adequada do controle biológico de pragas para o setor agropecuário.
Na abertura, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, observou que a agricultura brasileira passa por tecnologias de controle biológico. “A agricultura tropical é diferente da de clima temperado e nos dá a oportunidade de usar os seres vivos em nosso favor. Para isso, precisamos manejá-los, e manejar é uma ciência”, disse.
O pesquisador destacou a importância do curso, realizado num momento em que os custos de produção estão mais elevados, o mercado consumidor está exigindo produtos sem resíduos de moléculas químicas e a responsabilidade ambiental está sempre em destaque na mídia, influenciando preços e mercados. “O controle biológico é bom sob todos os aspectos, mas ainda estamos engatinhando nessas tecnologias. Este curso vai servir para nos dar mais conhecimento nessa área e usá-lo em prol da nossa agricultura”, afirmou.
O vice-presidente da Febrapdp, José Guilherme Brenner, representando o presidente Jônadan Ma, lembrou algumas das tecnologias desenvolvidas com a participação da Embrapa, como aplicações de fósforo e de calcário para correção do solo, sistema plantio direto, bem como as primeiras práticas de controle biológico, como o uso do baculovírus e a inoculação da soja. “Para mim é uma honra e um orgulho estar aqui presente”, declarou.
Precursor do sistema plantio direto no Cerrado e articulador do curso pela Febrapdp, o engenheiro agrícola John Landers explicou o motivo da realização da capacitação. “Procurei saber quais as novas tecnologias poderiam impactar positivamente na sustentabilidade do agricultor. E o controle biológico foi a primeira. É muito importante levar essa tecnologia à ponta”, disse. Para Landers, a grande preocupação está em como o agricultor toma a decisão de aplicar o controle biológico ou não, pois o processo difere do controle químico.
“É preciso ter outra mentalidade. Isso é paralelo ao plantio direto. Temos que jogar os paradigmas pela janela e começar a pensar novamente. Na avaliação sobre quando e como aplicar o controle biológico, você tem que se anteceder ao problema para, com tempo, tomar as medidas de modo que tenham efeito. Minha preocupação é transmitir essa forma de tomada de decisão para a ponta“, disse o engenheiro agrícola, agradecendo aos participantes pela presença no curso.
O pesquisador da Embrapa Cerrados Roberto Teixeira Alves, organizador do curso, revelou satisfação pelo interesse dos participantes. “Não adianta falar sobre controle biológico se não quisermos aprender cada vez mais. E uma demonstração clara é o sucesso nas inscrições de muita gente. São pessoas de empresas grandes e sérias, que estão tocando o agronegócio e hoje estão aqui conosco”, afirmou.
Alves revelou a cuidadosa seleção dos palestrantes. “Dentro de cada tópico, eles são altamente conceituados no Brasil. Ficamos muito honrados. Todos aceitaram imediatamente o convite (de palestrarem no curso) porque vestem a camisa do controle biológico”, agradeceu.
Os palestrantes são pesquisadores da Embrapa e especialistas de outras instituições públicas e privadas. As palestras do primeiro dia do curso foram do pesquisador Edson Hirose (Embrapa Soja), sobre manejo integrado de pragas; do professor do Centro Universitário Moura Lacerda (SP), Alexandre Pinto, que abordou o estado da arte do controle biológico no Brasil; de Roberto Alves, sobre o uso de fungos para controle de insetos-praga no Brasil e tecnologia de aplicação de produtos biológicos; e do gerente de desenvolvimento tecnológico do Laboratório Farroupilha Lallemand, Robson Costa, a respeito do controle biológico de doenças de plantas.
Nesta quarta-feira (29), são palestrantes Diogo Carvalho, diretor da empresa BUG Agentes Biológicos (utilização de parasitoides para o controle de insetos-praga no Brasil); Luiz Cláudio Gromboni, diretor da empresa Geocom (uso de drones no controle biológico de pragas); Luís Fernando de Araújo, também da Geocom, que fará uma demonstração prática de liberação de parasitoides por drones nos campos experimentais da Embrapa Cerrados; Rose Monerat, pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (uso de bactérias para controle de insetos-praga no Brasil); e Daniel Sosa Gomez, pesquisador da Embrapa Soja (uso de vírus para controle de insetos-praga no Brasil).
O curso se encerra na quinta-feira (30) com as palestras de Charles Oliveira, pesquisador da Embrapa Cerrados (manejo e controle da cigarrinha do milho) e Eliane Quintela, pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão (manejo sustentável da mosca branca em sistemas de produção agrícola); além de mesa redonda geral com os participantes do curso.
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