Missão da Aprosoja leva produtores rurais para conhecer agricultura dos EUA
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Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia foi o primeiro estado a receber, a partir desta segunda-feira (27), um grupo de 25 compradores internacionais de algodão que estão conhecendo de perto as lavouras na fase da colheita, indústrias de beneficiamento e os laboratório que atestam a qualidade da fibra brasileira. O projeto “Missão Compradores 2018”, organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), inclui representantes de indústrias têxtil e de ´tradings´ que vieram de seis países – Bangladesh, China, Colômbia, Indonésia, Turquia e Vietnã – interessados no algodão nacional. Os membros da comitiva chegaram em um momento promissor para os agricultores baianos e atestaram a qualidade de nível internacional da fibra produzida no oeste do estado. Com produtividade recorde, em torno de 320 arrobas/hectare, a safra 2017/2018 de algodão na Bahia está com a colheita 80% concluída e deve chegar a uma produção de 1,2 milhão de toneladas, sendo 520 mil em pluma.
Em busca de características na fibra como resistência, elasticidade e comprimento, Thanh Le Quang, gerente de qualidade de uma indústria têxtil do Vietnã, vê na sua vinda à Bahia a possibilidade de fechar novos negócios com garantia de qualidade. “Conhecer de perto estas instalações traz mais confiabilidade do que estamos comprando”, afirma ele, ao segurar os relatórios dos resultados da pluma produzida na região. Para Márcio Kitabayashi, da trade Cofco INTL, esta visita é importante para que eles possam conhecer o nível de tecnologia empregado na produção de algodão e os projetos desenvolvidos pelos agricultores, por meio das associações. “Embora a qualidade o principal fator na compra, vem aumentando o interesse pelo algodão de propriedades que conquistaram o selo de certificação internacional que comprova para o mercado consumidor as práticas sustentáveis na produção agrícola”, afirma.
Ao acompanhar a visita técnica dos compradores internacionais, a cotonicultora Alessandra Zanotto, acredita que a missão trará resultados diretos para a comercialização do algodão baiano. “Estamos vivendo uma conjuntura favorável. As chuvas na região vieram na hora certa, os preços estão 10% mais valorizados em relação ao ano passado e existe uma demanda crescente do mercado internacional. Trazer potenciais compradores com possibilidade de fechar negócio para as próximas safras somente estimulam a produção na Bahia”, explica. Nesta safra, os produtores baianos plantaram 263.692 mil hectares, e para a próxima está previsto um incremento de 20% de área, totalizando 313 mil hectares.
Além de conhecer as instalações da cadeia produtiva, o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Cézar Busato, afirma que o mais importante dessa missão é a troca de experiências e a possibilidade de negócios com os consumidores internacionais. “A Bahia tem a maior produtividade do algodão em área de sequeiro do mundo e as condições climáticas são ideais para garantir uma qualidade da fibra bastante procurada no mercado têxtil. Somos altamente tecnificados, 75% da área plantada é certificada como sustentável com um selo do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e internacional por meio do Better Cotton Iniciative (BCI) e fazemos parte de uma cadeia produtiva que emprega mais de 40 mil pessoas na Bahia levando desenvolvimento e renda para todo o estado. Só temos com que nos orgulhar”, afirma. A comitiva que incorpora o projeto “Missão Compradores 2018” começou o ‘tour’ pela Bahia, e segue até sexta-feira (31), quando conhecerá a cadeia produtiva do algodão de outros dois estados produtores – Goiás e Mato Grosso.
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