Técnicos discutem entraves na produção de mudas frutíferas

02.09.2009 | 20:59 (UTC -3)

A Fundação Pró-Sementes promove durante a Expointer, encontro entre técnicos do setor governamental e da iniciativa privada para discutir a situação atual do Programa de Produção de Mudas de Frutíferas Certificadas.

O encontro acontece nessa quinta-feira (03/09), às 14h, na sede do SIMERS no Parque Assis Brasil e irá tratar dos entraves e das soluções para o setor.

Dentre os principais problemas enfrentados está a dificuldade em encontrar mudas de frutíferas de alta qualidade. Conforme o assessor agronômico da Fundação Pró-Sementes, Airton Lange, esse gargalo se dá justamente no estado que reúne as melhores condições climáticas para a produção de citros de mesa e onde, a cada ano, é registrado aumento de área destinada à produção frutífera. "Para dar garantia de retorno econômico ao produtor que está investindo valores significativos no plantio, é fundamental a utilização de mudas produzidas com total controle sobre doenças e pragas, pois caso contrário, o mesmo será penalizado no futuro", garante.

O coordenador de fruticultura da Emater regional de Passo Fundo, Ivan Guarienti, salienta a necessidade de todas as mudas produzidas no estado passarem pelo processo de certificação. Para ele há necessidade ainda de um programa forte de certificação de mudas de citros, videira, pêssego e ameixa. “Essas são as mais importantes para a região”, destaca. Ele revela que ao longo de vários anos foram trazidas cerca de 500 mil mudas de citros de São Paulo para o Rio Grande do Sul. “Se tivéssemos viveiros certificados aqui, essas mudas teriam sido produzidas no estado”, complementa.

Para o pesquisador da Embrapa Clima Temperado de Pelotas, Roberto Pedroso de Oliveira, sem mudas de qualidade, a chance de sucesso de um pomar é reduzida. “No caso de citros, temos mais de uma série de doenças e nada mais justo que o produtor implante em seu pomar uma muda sadia o que traz uma economia de uso de insumos durante toda a vida do pomar, que pode durar de 15 a 30 anos”, explica. A muda certificada, observa o pesquisador, oferece garantia de sanidade, identidade genética e qualidade horticultural. “Enfim, uma muda que tenha qualidade para que não morra e se desenvolva rapidamente”.

Segundo o assessor agronômico da Fundação, o Rio Grande do Sul tem infraestrutura técnica e científica preparada para dar apoio a um programa dessa natureza. Outras espécies como videira, maçã, pêssego, morango, ameixa e abacaxi também têm urgência na organização de um sistema de mudas certificadas. "O Rio Grande do Sul, estado que sempre foi considerado inovador, não pode ficar na dependência de importação de mudas para o plantio de seus pomares. Pela situação favorável ao estado, na produção e comercialização de frutas, e com possibilidades de exportá-las, não se pode perder mais tempo", frisa Lange. No estado, existem onze viveiros de citros produzindo mudas em ambientes protegidos, atendendo cerca de 60% da demanda do estado.

Daiane Colla

Jornalista

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