Técnicos da Emater/RS-Ascar elaboram estratégias da Campanha de Controle Biológico da Lagarta do Cartucho

26.09.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

Técnicos da Emater/RS-Ascar dos municípios de Cacequi, Capão do Cipó, Jaguari, Mata, Nova Esperança do Sul, Santiago, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul e Unistalda reuniram-se nesta quarta-feira (25/9), no Instituto Federal Farroupilha (IFF), em Jaguari, para apontar as estratégias de aplicação da Campanha de Controle Biológico da Lagarta do Cartucho na região Central. O encontro foi coordenado pelo assistente técnico de solos e culturas Luiz Antonio Rocha Barcellos e pelo supervisor microrregional Gilmar Deponti, ambos do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria.

“O controle biológico é feito com a aplicação da vespa Trichogramma, um parasitoide minúsculo que parasita o ovo do adulto da Spodptera frugiperda e é uma alternativa sustentável para o controle da praga”, explica o técnico.

Durante o encontro, foi explicado que o controle biológico é realizado por monitoramento através de armadilhas com feromônio sexual, para captura das mariposas da lagarta, ou ainda por meio de aplicação preventiva (de sete a dez dias após a germinação do milho para lavouras do tarde e quinze dias para lavouras do cedo).

A estratégia básica apontada pelos técnicos para a Campanha é a de verificar nos municípios quantos e quais são os produtores que adquiriram sementes de milho convencional, através do Programa Estadual de Troca-Troca de sementes, do Governo do Estado, e incentivá-los a participar da Campanha. “Após o plantio e germinação do milho, as vespinhas poderão ser encomendadas diretamente nos escritórios municipais da Emater”, acrescenta Barcellos.

Na região Central serão distribuídas de 100 a 120 mil vespinhas por hectare, com distância quadricular (400 m²). Segundo ele, o controle pode alcançar 70 a 80%, não excluindo o surgimento de outros inimigos naturais das lagartas como a tesourinha e a joaninha. A Emater/RS-Ascar vai proporcionar a distribuição das cartelas contendo os ovos do agente biológico e fará o acompanhamento nas propriedades onde o sistema de controle for implantado. Além das culturas do milho e da soja, o tomate, entre outras hortaliças, parasitado por pragas, pode utilizar o mesmo controle biológico, apresentando eficiência no controle da lagarta-do-cartucho.

A reunião técnica em Jaguari faz parte da Campanha para o Controle Biológico de Lagartas do Milho, da Emater/RS-Ascar e a Embrapa Milho e Sorgo, que tem como meta disponibilizar armadilhas para o monitoramento e iscas (cartelas com os agentes biológicos) para o controle de lagartas em 15 mil hectares de milho em todo o Estado. Caso seja constatada a presença de alguma espécie de lagarta na cultura do milho, o produtor poderá procurar os escritórios da Emater/RS-Ascar, que irá orientar para a aquisição e a aplicação da vespa Trichogramma para o controle biológico.

Campanha

Há cerca de dois meses, a Emater/RS-Ascar e a Embrapa Milho e Sorgo assinaram Termo de Cooperação Técnica para viabilizar a Campanha para o Controle Biológico de Lagartas do Milho. Para controlar a lagarta, os agricultores têm lançado mão principalmente dos agrotóxicos, realizando três ou quatro aplicações por ciclo de cultivo, o que diminui ainda mais as possibilidades do surgimento de inimigos naturais nas áreas cultivadas como agentes de controle. “Outra consequência do intenso uso de venenos é a contaminação dos solos e mananciais, além do aumento de intoxicações, tanto crônicas como agudas”, explica Barcellos. A utilização do Trichogramma sp. no controle biológico de lagartas do milho visa substituir o uso do controle químico da lagarta-do-cartucho por controle biológico; diminuir o impacto ambiental dos resíduos de agrotóxicos; reduzir os riscos de contaminação dos agricultores por agrotóxicos em função do número excessivo de aplicações na parte aérea do milho e, mais recentemente, ofertar uma alternativa viável à tecnologia do milho transgênico BT.

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