Minas Gerais vacina contra aftosa em novembro
Especialistas do VIII Encontro de Substâncias Húmicas, que acontece em Pelotas/RS e se encerra nesta quinta-feira(29/10), debateram alternativas de uso de co-produtos de processos agroindustriais, recursos orgânicos de diversas naturezas como matéria prima para produção de fertilizantes para as lavouras.
O palestrante Luciano Canellas, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense-UENF, do Estado do Rio de Janeiro, falou sobre a utilização ácidos húmicos como promotores do crescimento de plantas. Segundo o professor, a questão de fixar o nitrogênio no solo merece também uma diferenciação, e para isso, as substâncias húmicas são excelentes suportes químico-físicos para vincular microorganismos em diferentes culturas. Ele exemplificou as culturas de trigo, milho, cana de açucar e arroz como benéficas ao combinar microorganismos orgânicos com substâncias húmicas. “ As substâncias húmicas induzem o crescimento radicular, onde os microorganismos aproveitam as aberturas que existem nas plantas de forma a se instalar nesses espaços e aproveitarem para fixar nitrogênio”, explicou Canellas.
Mas, Luciano Canellas lembrou que embora a revolução verde tenha aumentado os níveis de produtividade das lavouras, ela deixou um passivo ambiental. “O que se está partindo, agora, é sair de um modelo tradicional de agricultura para um modelo baseado em processos biológicos naturais otimizados a partir de pesquisa e inovação”, completou o professor.
Case Xisto Agrícola
A Embrapa Clima Temperado em conjunto com o Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR, a Petrobras e outros parceiros estratégicos estão desenvolvendo, desde de 2004, o projeto Xisto Agrícola, uma espécie de produto que serve como fertilizante biológico, advindo de rochas sedimentares de origem marinha, o folhelhio betuminoso, conhecido como “xisto”.Uma das localidades produtoras de xisto é a cidade de São Mateus do Sul, no PR. O pesquisador Carlos Augusto Silveira, e envolvido no projeto e palestrante do encontro, comentou que a água de xisto é o primeiro produto concreto originado desse estudo e que foi lançado ao mercado no ano passado. Segundo ele é uma matéria prima completa e diferenciada que pode ser utilizada na formulação de fertilizantes foliares, com licença ambiental no Instituto Ambiental do Paraná-IAP e autorização no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA para uso agrícola. “Em breve, prevê-se o lançamento do cálcareo de xisto, em 2009, produto similar ao cálcareo agrícola”, definiu o pesquisador.
Já o Coordenador do projeto Xisto Agrícola na Petrobras, Lauro Roberto Roehrig, disse que um dos principais desafios é comprovar a eficiência agronômica e a segurança do alimento dos produtos a base de xisto. A Petrobras, segundo ele, está renovando o contrato por mais cinco anos, e faz um dos seus maiores investimentos na área de rochagem, aplicando cerca de 13 milhões de reais. “O papel da Petrobras é coordenar em conjunto com a Embrapa Clima Temperado e o IAPAR pesquisas que viabilizem a avaliação da eficiência ou não dos derivados do xisto”, definiu Lauro.
Sessão Posters
Durante os dias do evento, foram montados espaços para divulgar apresentações de trabalhos científicos em posters e de forma oral. Cerca de 73 trabalhos foram objeto de discussão durante o encontro.
Fonte: Embrapa Clima Temperado - (53) 3275-8211 /
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