Pilar da economia brasileira, o agronegócio tem se mostrado um terreno fértil para o desenvolvimento de novas tecnologias. Com pouco mais do primeiro trimestre transcorrido, as chamadas agtechs já levantaram R$ 54,7 milhões em 10 rodadas de investimento -- o valor corresponde a mais da metade do montante aportado no ano passado, quando as startups do setor captaram R$ 109,2 milhões em 34 deals. Os dados fazem parte da edição mais recente do Distrito Agtech Report, realizado pela plataforma de inovação Distrito.
Apesar de o ecossistema de agtechs ainda ser relativamente pequeno se comparado ao de outros setores como o financeiro ou o varejo, é crescente o número de empreendedores criando soluções para a cadeia do agronegócio. Hoje, existem 366 startups do setor no País -- há três anos, foram mapeadas 258.
A principal área de atuação das agtechs brasileiras é a agricultura de precisão, composta por softwares de gestão da produção agropecuária e por soluções de IoT e análise de dados para o campo. Há também um grande potencial nos segmentos de biotecnologia e “novel farming”, que consiste em métodos inovadores de produção agropecuária.
“Desde 2017 observamos como ano a ano tem aumentado o volume aportado nas soluções tecnológicas para o agronegócio. Agora, há espaço para maior diversificação à medida que mais investidores voltam sua atenção para as agtechs brasileiras”, diz Gustavo Gierun, CEO do Distrito.
Olhando para a frente, algumas tendências devem ser alavancadas, como as carnes de laboratório. Atualmente, o principal entrave para essa tecnologia é a produção de larga escala dos alimentos e também o preço, que costuma ser inacessível à maior parte da população. A expectativa, no entanto, é que essa indústria consiga encontrar soluções para esses problemas e em breve esteja em peso nas prateleiras dos supermercados.