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A Cedro Textil é a nova parceira do movimento Sou de Algodão, inciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) de fomento e valorização da fibra no mercado interno, que tem como uma de suas vertentes o diálogo com o consumidor final. Este é o segundo engajamento de peso angariado pelo movimento somente no mês de março, quando outra companhia do mesmo segmento, a Cataguases, também aderiu.
A Cedro Textil, fundada em 1872, no interior de Minas Gerais, é a mais antiga indústria de tecidos do país, e produz, anualmente, em torno de 168 milhões de metros quadrados de tecidos, principalmente, jeans e artigos da linha workwear, voltada para uniformes e fardamentos, como o brim. Por ano, consome 32 mil toneladas de algodão.
“A adesão da Cedro Textil é mais uma prova da percepção da importância do nosso movimento pela cadeia produtiva. Nosso foco é o consumidor final, mas isso só pode ser atingido se todo o setor se mobilizar por um consumo mais natural e sustentável”, explica o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura. A meta do Sou de Algodão é, ao longo de cinco anos, aumentar em dez pontos percentuais o consumo da fibra no mercado interno.
Data emblemática
A sustentabilidade, uma das molas-mestras do Sou de Algodão, é, de acordo com o presidente da Abrapa, um grande ponto de afinidade entre a indústria e a causa do Sou de Algodão. A divulgação da parceria, não por acaso, se dá às vésperas de uma data emblemática para o setor, 22 de março, Dia Mundial da Água. Arlindo Moura diz que Brasil é o campeão de produtividade nas lavouras de algodão sem o uso de irrigação. No ranking internacional da produtividade, o país é o quarto colocado, atrás de Israel, Austrália e China, cujos percentuais de irrigação nas lavouras são, em média, de, respectivamente, 100%, 95% e 80%.
“No Brasil, a irrigação não chega a 5% na produção de algodão, o que significa que é um grande mito a afirmação de que a atividade demanda muita água. E a Cedro Textil é uma prova de que, mesmo no elo em que o recurso hídrico é usado mais intensamente, a sustentabilidade torna esse uso racional e de baixo impacto”, afirma Moura, referindo-se ao cuidado da indústria centenária com os seus efluentes, e às certificações que a empresa tem conquistado por conta das ações em sustentabilidade.
Mesmo diapasão
“Assim como o movimento, a Cedro Textil é de algodão. A fibra está presente em todos os produtos que fabricamos, seja na totalidade da matéria-prima, ou na composição da peça. Temos investido com muita força em sustentabilidade, nos últimos anos, porque sabemos que, se não houver um cuidado muito grande, a indústria têxtil pode ser poluente. Por isso, focamos em controle de tingimento, em tratamento de efluentes, certificações e acompanhamento através de ISOs”, diz o diretor-presidente da Cedro, Marco Antônio Branquinho.
As metas de sustentabilidade da empresa, ressalta Branquinho, vão além do processo de produção. “Queremos oferecer produtos que tenham como diferencial o apelo sustentável. Que este seja um valor percebido no que produzimos. E o algodão tem grande peso nessa nossa meta, no sentido amplo do conceito, que vai além do ambiental, abarcando também a sustentabilidade econômica e social”, afirma.
O diretor-presidente da Cedro Textil diz que o fato do algodão utilizado na indústria, em sua maioria, ter certificação do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa, e também ser licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), é indicativo de que o processo de produção da matéria-prima obedeceu a critérios rígidos de sustentabilidade nos três pilares, em especial, no que diz respeito ao cumprimento das leis trabalhistas e ambientais. “Isso gera valor para o nosso produto final e nos garante, junto com todo o nosso esforço por ser uma indústria em conformidade com esses princípios, o que entendemos como o apelo sustentável, hoje, cada vez mais demandado”, afirma Branquinho.
Programa ABR
O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa, serve de diretriz e certifica as boas práticas em sustentabilidade na cotonicultura. Esse programa derivou de uma iniciativa desenvolvida pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em 2005, e foi replicado nacionalmente pela Abrapa, a partir de 2009. Em 2013, o ABR começou a atuar embenchmarking com a Better Cotton Initiative (BCI), entidade suíça de respaldo internacional e sinônimo de licenciamento de algodão sustentável no mundo.
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