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A safra em bom ritmo nos Estados Unidos, aliada à queda no dólar e à retomada das compras da China, sustentou as recentes oscilações nos preços da soja, mas sem indicar tendência de alta firme. No milho, o avanço da colheita da segunda safra no Brasil e os elevados custos de frete mantêm o mercado sob pressão. As informações constam na Análise do Especialista Grão Direto, divulgada nesta segunda-feira (7/7). Confira:
Safra americana e clima favorável seguraram as cotações: o bom andamento da safra nos Estados Unidos, com lavouras em condições satisfatórias e clima favorável, manteve a pressão sobre os preços futuros da soja em Chicago apesar das altas. O relatório do USDA reforçou esse cenário ao apontar estoques acima das expectativas do mercado.
China retoma protagonismo nas compras: a expectativa de retomada das compras chinesas nos EUA impulsionou as cotações no meio da semana.
Dólar: o dólar recuou ao menor patamar desde agosto de 2024, o que pressionou os preços internos da soja e sinalizou nova tendência do câmbio no curto prazo.
Em Chicago, o contrato de soja para julho de 2025 encerrou a US$ 10,56 por bushel, com alta expressiva de 2,72% na semana. O contrato para março de 2026 também subiu, fechando a US$ 10,76 por bushel, uma valorização de 2,18%. O dólar recuou 1,09%, encerrando a semana cotado a R$ 5,42. Apesar do movimento positivo do grão, no mercado físico o movimento foi misto, com algumas regiões encerrando a semana em alta, enquanto outras, em baixa.
Fertilizantes e relação de troca: após o cessar-fogo entre Irã e Israel, os preços dos fertilizantes recuaram de forma significativa, revertendo boa parte da alta anterior. Com isso, o custo de produção tende a cair, promovendo uma melhora na relação de troca entre fertilizantes e grãos. Essa dinâmica, por reduzir a pressão de custos sobre o agricultor, é baixista para as cotações das commodities agrícolas.
Biocombustíveis: após o cessar-fogo no Oriente Médio e a queda nos preços dos fertilizantes, o petróleo devolveu boa parte de seu recente ganho, impactando com mais força o óleo de soja devido à sua correlação com o biodiesel. Ainda assim, a incerteza sobre futuros desdobramentos na região mantém o mercado em alerta, tornando os contratos futuros de óleo de soja especialmente sensíveis a oscilações abruptas. Nesse cenário, o produtor deve monitorar eventuais janelas de oportunidade para venda, aproveitando picos de preço e implementando estratégias de hedge (contratos futuros, opções) para proteger margens diante da volatilidade persistente.
Câmbio e soja: durante o último dia do encontro geral dos BRICS, o ex-presidente Donald Trump ameaçou aplicar tarifas adicionais de 10% a países que adotem postura “antiamericana”. Isso eleva o risco cambial para o Brasil ao negociar com Rússia e China. Ainda que seja fundamental manter boas relações comerciais com esses mercados, será necessária maior cautela nas operações de exportação de soja para mitigar essa ameaça.
O momento é de atenção para encontrar janelas de oportunidades para comercializar a soja. O mercado segue volátil e, por ora, com poucos fundamentos que apontem para uma elevação significativa dos preços, portanto, nos próximos dias, os preços podem devolver as altas da última semana.
Colheita avança, mas com pressão sobre preços: mesmo com atrasos por conta das chuvas, a entrada gradual do milho segunda safra no mercado está pressionando os preços. Em muitas regiões do Centro-Oeste, os valores atuais já operam com margens negativas para os produtores.
Safra americana em linha com expectativas: o relatório do USDA divulgado no início da semana não trouxe surpresas relevantes para o milho, confirmando áreas plantadas e estoques dentro do esperado. O clima favorável nos EUA segue sustentando boas perspectivas de produção, limitando reações de alta nos preços. Na verdade, vem promovendo baixas.
Custo de produção no radar com novo Plano Safra: o anúncio do Plano Safra 2025/26 trouxe um volume recorde de R$ 594,4 bilhões em crédito rural, mas com juros mais altos. A mudança gerou apreensão entre os produtores de milho, que já avaliam o impacto nos custos da próxima safra em um cenário de margens apertadas.
Em Chicago, o contrato de milho para julho de 2025 encerrou a US$ 4,31 por bushel, com alta de 3,36% na semana. Na B3, o contrato com vencimento em julho de 2025 recuou 2,4%, fechando a R$ 61,93 por saca. Recuo que se repetiu no mercado físico, com baixas generalizadas.
Frete e milho de segunda safra: na última semana, os custos de frete atingiram nova máxima e não há sinal de recuo. Com a colheita da segunda safra de milho avançando e gerando grandes volumes de oferta, a lei da oferta e da demanda continua pressionando o preço do grão. Ao mesmo tempo, a capacidade de armazenagem limitada tende a manter ou até aumentar ainda mais o valor dos fretes na próxima semana, pressionando as margens do produtor.
Safra norte-americana: as condições climáticas permanecem favoráveis à safra 2025/26 nos EUA. A previsão para os próximos 10 dias indica chuvas regulares e temperaturas amenas, essenciais para o desenvolvimento vegetal. Ademais, o monitor de seca do Cinturão Agrícola registra níveis ideais de umidade do solo em todo o território, minimizando riscos de estresse hídrico e garantindo maior segurança contra eventuais períodos secos.
Com a colheita da safrinha ganhando força e elevando os custos logísticos, somado a um cenário bastante positivo para a produção nos Estados Unidos, o milho mantém viés de baixa nesta semana. Uma reversão de tendência dependerá de novidades relevantes no acompanhamento das safras brasileira e americana.
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