Vazio sanitário do maracujazeiro entra em vigor em SC

Medida obrigatória busca conter vírus que causa o endurecimento dos frutos e afeta a produção no Estado

04.07.2025 | 17:01 (UTC -3)
Alessandra Carvalho, edição Revista Cultivar

O vazio sanitário do maracujazeiro em Santa Catarina já tem datas definidas para 2025. A medida, que chega à sexta edição consecutiva, prevê a eliminação total das plantas vivas de maracujá-azedo (Passiflora edulis) por um período mínimo de 30 dias, com início em julho. A proposta é frear a disseminação do vírus Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), causador do endurecimento dos frutos, principal doença da cultura no Brasil.

O calendário foi divulgado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e segue o mesmo modelo adotado em 2024, com três janelas diferentes, de acordo com as regiões produtoras do Estado. Durante o período, a permanência de plantas vivas nos pomares está proibida.

A estratégia é considerada uma das principais formas de controle da virose, que compromete a qualidade da polpa e inviabiliza a comercialização da fruta. Segundo o gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc, Alexandre Mees, a interrupção do ciclo do vírus garante um ambiente mais seguro para a próxima safra. “A eliminação das plantas reduz as fontes de inóculo disponíveis para os pulgões transmissores e prolonga a sanidade dos pomares, evitando prejuízos” explica.

Doença avança rapidamente

Altamente destrutiva, a virose é transmitida principalmente por mudas infectadas, por pulgões e pelo uso de ferramentas de poda contaminadas. Sem controle, pode comprometer toda a produção de um pomar.

O endurecimento dos frutos é considerado o principal problema fitossanitário do maracujazeiro e já foi registrado em diversas regiões produtoras do país.

Fiscalização e orientações

Durante o vazio, a Cidasc deve intensificar as ações de fiscalização e prestar orientação técnica aos produtores. Além da eliminação das plantas, é exigido que o plantio seja feito somente após o fim do período e com mudas produzidas em viveiros telados. O transporte de mudas de outros estados também requer autorização.

O calendário foi definido com base em dados das safras anteriores e contou com a participação de pesquisadores da Epagri, lideranças do setor produtivo e secretarias municipais de agricultura.

Confira as datas por região

  • Região I – de 1º a 30 de julho de 2025 Inclui municípios como Criciúma, Joinville, Içara, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, Sombrio e Turvo.
  • Região II – de 11 de julho a 9 de agosto de 2025 Abrange cidades como Florianópolis, Blumenau, Itajaí, Imbituba, Laguna, Navegantes, Palhoça, São José e Tijucas.
  • Região III – de 21 de julho a 19 de agosto de 2025 Compreende os demais municípios catarinenses.

Produtores que tiverem dúvidas podem procurar os escritórios regionais da Cidasc.

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