Mahindra registra aumento de 40% nos pedidos de tratores na Expoagro Afubra
Empresa destaca características positivas dos tratores e pede atenção dos governos à falta de recursos para o Programa Mais Alimentos (PRONAF)
Destaques da semana passada para soja: agravamento da situação logística no Brasil; China comprando soja nos EUA e aumento das taxas de juros norte-americanas. Diante disso, o contrato com vencimento em maio/23 finalizou a semana sendo cotado a U$ 14,29 o bushel (-3,18%) e o contrato com vencimento em julho/23 encerrou a U$ 14,07 o bushel (-3,70%).
A logística interna do Brasil, principalmente, em relação ao escoamento para os portos, tem sofrido um aumento na demanda. Consequentemente, os preços refletem esse aumento devido à incapacidade de aumento da oferta de transporte rodoviário. Esse gargalo logístico tem influenciado na queda dos preços da soja para os produtores e atrasando os carregamentos para os portos.
Além disso, os principais portos de escoamento de grãos estão operando em suas capacidades máximas, estão com grandes filas para embarque e desembarque de navios para transporte de soja. Com a dificuldade de escoar os grãos e a queda dos preços no mercado físico, muitos produtores estão optando por armazenar seus produtos, gerando uma lotação dos armazéns, que, consequentemente, elevam os custos de armazenagem para os produtores.
Perante aos problemas logísticos brasileiros, a China, maior compradora de soja no mundo, ainda no mês de março, focou suas compras para embarque em abril, nos Estados Unidos. Segundo Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, a soja americana vem caindo de preço justamente para ficar competitiva perante a soja brasileira, e mesmo ainda estando um pouco mais cara, para o país asiático compensa pagar um pouco mais para ter a soja embarcada ainda no mês de abril. Essa fuga da demanda de curto prazo pode dar um alívio para os portos brasileiros.
A moeda norte-americana teve uma semana de bastante oscilação, principalmente por causa de dados macroeconômicos vindos do mundo todo, assim o dólar fechou a semana sendo cotado a U$ 5,25 (-0,38%). O Comitê de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos (FOMC), em sua última reunião, definiu o aumento das taxas de juros do país para conter a inflação, elevando os patamares em 0,25 pontos percentuais, chegando à faixa de 4,75% a 5%. O país busca uma meta de inflação de 2% no longo prazo, porém, tem tido dificuldades por causa de sua economia ainda aquecida, como tem sido mostrado em relatórios de dados de geração de empregos. Diante disso, o mercado ficou cauteloso em suas posições especulativas de longo prazo, o que causa grandes movimentações no curto prazo.
Para a próxima semana, o mercado fica de olho nos dados sobre o avanço da colheita que será informado pelo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A colheita se mostra, atualmente, com 7% de atraso em relação à safra anterior. Contudo, com a chegada do outono, a expectativa é que chuvas diminuam, abrindo, assim, espaço para o avanço rápido da colheita. No entanto, esse avanço pode acarretar em ainda mais problemas logísticos e de armazenagem, pressionando os preços para baixo.
Com a proximidade do início da safra 2023/24 nos EUA, o mercado começará a direcionar mais atenção para o meio-oeste norte-americano. Na sexta-feira (31/03), o USDA divulgará atualizações dos números de intenção de plantio de soja, que dará direcionamentos para as cotações em Chicago.
Para o dólar, espera-se muita oscilação na semana, visto que o mercado segue desconfiado sobre a solidez do setor bancário, que se mostrou frágil ao aumento das taxas de juros norte-americanas. Com isso, podemos esperar uma leve alta no câmbio do Dólar.
Diante dos cenários descritos, pode ocorrer uma continuidade de queda nos preços da soja, tanto em Chicago quanto no mercado físico brasileiro.
A semana anterior foi marcada pela continuidade do plantio da 2ª safra de milho, renovação do acordo de exportação do Mar Negro e aumento da demanda pelo milho norte-americano. Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a U$ 6,44 o bushel (+1,42%) para o contrato com vencimento em maio/23. Já o mercado físico brasileiro teve uma semana de desvalorização.
O plantio do milho 2ª safra segue evoluindo, mesmo estando fora da janela ideal. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atingiu 85,1% a nível nacional. Dentre os estados, São Paulo é o que possui maior atraso, com apenas 50% da área plantada, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 63%. Caso esse atraso persista até o fim do mês, poderá acarretar em um aumento da área de sorgo em detrimento ao milho, devido a fatores de risco climático .
A renovação do acordo de exportação do Mar Negro aconteceu, mas o prazo acordado ainda é divergente entre as partes. Neste caso, prevalece o entendimento da Rússia, que defende uma extensão de 60 dias, tendo em vista que os principais portos ucranianos estão ocupados pelos russos. Ruan Sene, analista da Grão Direto, acredita que esse cenário resulta em um risco logístico bastante elevado, podendo aumentar de forma considerável o custo de transporte. A conjuntura atual envolvendo Rússia e Ucrânia, somada às limitações do milho brasileiro, têm proporcionado ótimas oportunidades para o milho norte-americano. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), nas últimas duas semanas, os chineses efetuaram a compra de 2,1 milhões de toneladas. Essa demanda vem dando suporte às cotações de Chicago e reforça a demanda mundial pelo cereal.
O clima, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), mostra-se favorável para a região Norte do Brasil. Para o restante do país, há indicativo de redução dos volumes de precipitações, resultando em um pouco de preocupação, principalmente sobre o desenvolvimento inicial da lavoura de algumas regiões, que podem ser afetadas de forma significativa.
A demanda pelo milho norte-americano deve continuar aquecida, considerando que, nesse momento, os EUA possuem volumes satisfatórios e de fácil acesso (comparado ao da Ucrânia) para negociar. O Brasil deve retomar seu destaque no segundo semestre, com a colheita da 2ª safra de milho.
Na sexta-feira (31/03), o USDA divulgará atualizações dos números de intenção de plantio de milho 2023/24 nos EUA, em que poderá apresentar uma diminuição da área projetada inicialmente, gerando sustentação para as cotações de Chicago. O próximo mês será marcado pelo início dos trabalhos de plantio, dividindo a atenção do mercado com o Brasil.
O analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, acredita que diante do cenário de escassez de milho no mercado interno, ocasionado pela lentidão da colheita do milho 1ª safra e as incertezas climáticas envolvendo a 2ª safra, poderá começar uma tendência de valorização nas cotações do milho brasileiro.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura