Soja é enfocada em reunião técnica

16.10.2009 | 20:59 (UTC -3)

A interação entre a pesquisa agropecuária, produtores rurais, consultores e técnicos extensionistas foi a marca da 2ª Reunião Técnica da Cultura de Soja no Cerrado, realizada quinta-feira (15/10) na Embrapa Cerrados.

Promovido em parceria com a empresa Basf e com o apoio da Emater-DF, o evento enfocou temas e informações essenciais no dia-a-dia do sojicultor.

Entre eles, o manejo da fertilidade do solo no Cerrado foi assunto da palestra do pesquisador da Embrapa Cerrados Djalma Martinhão Gomes de Souza. “É possível trabalhar com eficiência do uso de fertilizantes próxima a 100%, isso depende do manejo adequado do solo”, explicou. Para chegar a esse resultado, ele abordou boas práticas no uso de fertilizantes e algumas ações importantes, como a avaliação química e física do perfil do solo. A rotação de culturas também pode aprimorar o desempenho. Dados experimentais da unidade da Embrapa apontam que, se a soja for plantada sozinha, a eficiência no uso do fósforo é de 37%. Quando a cultura é associada ao milho, esse número pode chegar a 81%.

Djalma explicou que as amostragens do solo precisam ser feitas considerando áreas menores, para garantir uma recomendação precisa. “Muitas vezes o produtor fica baseado em apenas um parâmetro, que é a análise química, quando também há outros, como o histórico do solo”, ressaltou. Segundo disse, o produtor precisa tomar cuidados na aplicação do gesso para a correção do solo, pois a prática recomendada pela Embrapa Cerrados desde 1992 cresceu muito nas últimas safras, mas deve ser adotada com critério.

O sistema de previsão de doenças na cultura da soja também foi abordada em uma palestra do técnico de desenvolvimento de mercado da Basf, Demétrios Cerezini. Em seguida, o professor da Universidade de Rio Verde, Gustavo Pazetti enfocou o uso de agroquímicos que proporcionam um bom resultado no metabolismo da planta. Seu trabalho de pesquisa avalia o efeito desses produtos na germinação e no arranque inicial da plântula. O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e biotecnologia Elíbio Rech apresentou os avanços em biotecnologia que apontam perspectivas futuras para a sojicultura. Entre eles, a possibilidade de variedades transgênicas serem utilizadas como biorreatores ou biofábricas, para a produção de hormônio de crescimento humano, proteínas antivirais, polímeros, entre outros.

O pesquisador da Embrapa Cerrados Austeclinio de Farias Neto abordou as cultivares que a Embrapa Cerrados pretende lançar nos próximos anos, em convênio com a Fundação Cerrados e a Fundação Bahia. Estão sendo estudadas linhagens promissoras de duas variedades convencionais, com produtividade superior às mais utilizadas atualmente, além de uma transgênica com resistência ao herbicida glifosato.

Segundo o gerente da Basf de desenvolvimento de mercado para a região do Cerrado, Ciro Lopes de Carvalho, o evento buscou atender a uma necessidade de informação que o sojicultor tem ao tomar decisões no dia-a-dia. Para o produtor rural Valdemar Valentim Cenci, a iniciativa de fato contribuiu para aprimorar suas atividades. “Na prática, há muitas medidas relativamente simples que podemos tomar para conseguir melhorar os resultados”, explicou.

Para o presidente da Fundação Cerrados, Oscar Stroschon, as palestras foram esclarecedoras, por abordar os gargalos que dificultam o uso mais eficaz dos recursos e a sustentabilidade da produção. Já o representante da empresa Charrua, que comercializa produtos agropecuários no Distrito Federal e entorno, Sérgio Zimmermann reforçou a importância de obter as informações repassadas pela pesquisa, para poder difundi-las ao produtor.

Para mais informações sobre o cultivo de soja no Cerrado, acesse:

Clarissa Lima Paes

Embrapa Cerrados

/ (61) 3388-9945

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