Sistema de Alerta chega ao quinto ano para auxiliar produtor de pêssego

20.08.2015 | 20:59 (UTC -3)
Cristiane Betemps

Neste dia 20 de agosto reinicia a divulgação das informações sobre cuidados para o controle de pragas e doenças na cultura do pessegueiro na região de Pelotas para safra 2015/2016. O trabalho chamado de Sistema de Alerta da Mosca-das-Frutas, inclui, entre várias ações, a realização de um boletim informativo, que neste ano, será totalmente digital. Todas as quintas-feiras serão disponibilizados dados via portal, facebook e mensagens direcionadas a públicos específicos como técnicos da extensão, sindicatos e indústrias.

O Sistema de Alerta da Mosca-das-Frutas é um projeto de pesquisa e desenvolvimento coordenado pela Embrapa Clima Temperado, com o envolvimento de vários parceiros como a Emater/RS e a Universidade Federal de Pelotas, além da atuação da Associação de Produtores de Pêssego da região de Pelotas e do Sindicato das Indústrias de Doces, Conservas de Pelotas (Sindocopel). O seu objetivo é monitorar a infestação deste inseto, que traz prejuízo aos pomares, principalmente, após a retirada de medicamentos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para que seja controlada e desenvolvida a cultura com eficiência. O programa indica manejos possíveis nos pomares ao preservar a integridade física do agricultor e preservar as plantas. São alternativas o uso de armadilhas bola, aplicação de iscas tóxicas, de maneira manual, e aplicação por cobertura, através de tratores, conforme a incidência da infestação de moscas. O trabalho também faz o controle de outros insetos e outras doenças como a podridão parda, a antracnose e outras prejudiciais à fruticultura. O monitoramento além da cultura do pessegueiro, também possibilita realizar o controle em outras frutíferas.

O Sistema de Alerta Mosca-das-Frutas chega ao seu quinto ano e as estratégias a cada ano vem sendo aprimoradas pela inclusão de novas estações de monitoramento, o envolvimento de mais profissionais e a manutenção de serviços disponibilizados pela pesquisa, ensino e extensão. O Sistema conta para safra 2015/2016 com:

- 11 estações de monitoramento (Pelotas, Morro Redondo e Canguçu);

- 01 central de processamento de dados de coleta de insetos (Lab. de Entomologia/Embrapa);

- 01 central de análise de dados climáticos (Lab. de Agroclimatologia/Embrapa);

- 02 técnicos para ronda semanal de monitoramento de insetos;

- 03 associações e sindicatos participantes;

- 13 indústrias envolvidas.

Segundo o pesquisador da Embrapa Dori Edson Nava, um dos responsáveis pelo programa, a população de mosca-das-frutas até o momento é considerada baixa, embora com temperaturas muito mais altas, se comparada ao ano anterior. " É importante observar que outros fatores podem ter desfavorecido o desenvolvimento do inseto. Como por exemplo: um controle mais rígido na safra 2014/2015; a falta de frutificação de hospedeiros (frutas silvestres) de outono-inverno e maior umidade do solo ao favorecer o aparecimento de agentes de controle biológico na fase de pupa do inseto", relatou.

Para o pesquisador o agricultor deve levar a sério o monitoramento e o uso de aplicação de iscas tóxicas a partir da constatação da primeira mosca nas armadilhas. "Além das marcas de proteínas comercializadas na safra passada para elaboração de iscas tóxicas, surgiram opções de utilização de novos produtos como o Anamed e o Ceratrap", contou.

Embora as temperaturas estejam mais elevadas, conforme o pesquisador José Francisco Pereira, as expectativas são de resultados de uma safra semelhante a de 2014. Quanto ao ciclo de maturação é possível uma antecipação de oferta do produto. "Houve uma concentração no processo de floração das diferentes cultivares de pessegueiro, isso vai se refletir no período da colheita. Ou seja, significa que a safra será mais curta, em período de duração, mas em produtividade de frutos (kilos), deve alcançar os mesmos números do ano anterior", considerou. Sobre a apresentação dos frutos, o pesquisador diz que se o agricultor fizer bem feito a poda verde, o raleio, a adubação e a irrigação não haverá comprometimento no tamanho e outras características de qualidade do pêssego.

A safra de 2014/2015 chegou a 35 milhões de latas.

Os Encontros Técnicos do Pêssego neste ano foram realizados, entre os dias 11 a 13 de agosto, em duas comunidades de Pelotas (São Pedro e São Mateus) e no Centro Comunitário da Glória, em Canguçu. O pesquisador Gilberto Nava e o extensionista Evair Ehlert, da Emater/RS, debateram o Manejo da adubação e plantas de cobertura na produção de pêssego. Os pesquisadores Dori Edson Nava e Carlos Reisser falaram sobre Sistema de Alerta: Avaliação de dados climáticos e manejo da mosca-das-frutas na produção de pêssego. E a Visão da Indústria e dos Produtores sobre a qualidade do pêssego foi exposta por Paulo Crochemore e Marcos Schiller, representantes do Sindocopel e da Associação de Produtores de Pelotas, respectivamente.

Além disso, as atividades contaram com a fala do pesquisador Ivan Almeida sobre Variabilidade dos dados meteorológicos da Região produtora de Pêssegos de Pelotas, onde explicou sobre o inverno atípico deste ano e sobre o que os produtores podem esperar para a primavera. "Os meses de junho e julho deveriam ter o maior acúmulo de horas de frio, mas isso não aconteceu. Outro período crítico é o mês de agosto, início de setembro, quando ainda podem ocorrer frentes frias e alguma geada, as quais tem impacto na floração ou nos frutos em desenvolvimento", explica.

Foto: Paulo Lanzetta

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro