Simpósio de microrganismos em Agroenergia começa nesta quarta-feira (11)

10.04.2012 | 20:59 (UTC -3)
Vivian Chies

Começa nesta quarta-feira (11), em Brasília, o Simpósio Nacional de Microrganismos em Agroenergia: da prospecção aos bioprocessos. Durante dois dias, especialistas do Brasil e do exterior discutirão o assunto a partir de palestras organizadas em três temas: acesso ao patrimônio genético microbiano, novas tecnologias para produção de biocombustíveis e microrganismos para produção de químicos renováveis.

O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia, instituição que tem investido fortemente na busca e melhoramento genético de microrganismos para produção de biocombustíveis. Atualmente, eles já são peça-chave para a fabricação do etanol brasileiro: são as leveduras adicionadas ao caldo da cana que convertem os açúcares em etanol.

Microrganismos também produzem enzimas capazes de quebrar as moléculas de celulose de materiais como o bagaço da cana e o capim, liberando açúcares para a produção do etanol lignocelulósico, também conhecido como etanol de 2ª geração (2G). Os cientistas da Embrapa Agroenergia estão trabalhando para encontrar microrganismos que produzam enzimas de menor custo que as atuais, de modo a viabilizar a produção desse biocombustível.

Outras frentes de pesquisa buscam leveduras capazes de transformar açúcares de cinco carbonos (xilose) em etanol, o que ainda não é economicamente viável. Também na Embrapa Agroenergia, pesquisadores estão selecionando microrganismos para a produção de microrganismos e produtos químicos a partir da glicerina, um coproduto da fabricação do biodiesel.

Desafios

Uma das palestrantes do evento, a pesquisadora Amanda de Souza, da Dupont do Brasil, acredita que o maior desafio atual para as pesquisa com microrganismos em agroenergia “é gerenciar a introdução de novas tecnologias e os organismos geneticamente modificados relacionados a elas, de forma a garantir que coordenadores de projetos, cientistas e engenheiros tenham os dados e informações necessários para implementá-las com sucesso nas usinas”. Outro aspecto importante, na opinião de Amanda, é a proteção da propriedade intelectual dos organismos. “É preciso estabelecer regras claras para propriedade intelectual de microrganismos geneticamente modificados de modo a proteger o investimento em pesquisa”, afirma.

Amanda espera que o Simpósio “seja uma oportunidade para que os representantes da área acadêmica e do setor privado possam compartilhar experiências e questionamentos sobre o potencial da biotecnologia no Brasil”

O Simpósio Nacional de Microrganismos em Agroenergia acontece nesta quarta e quinta-feira, a partir das 8h30, no auditório da Finatec, que fica no campus da Universidade de Brasília. Para conhecer a programação completa , acesse:

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O evento conta com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Fundação Eliseu Alves e das Sociedades Brasileiras de Microbiologia (SBM), Genética (SBG) e Micologia (SBMy), além do patrocínio da Analítica, da Bruker Daltonics e da Sinc do Brasil.

Mais informações sobre os projetos de pesquisa da Embrapa Agroenergia estão disponíveis na última edição do jornal Agroenergético, publicado pelo centro de pesquisa:

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