Estudo cultiva pupunheira com adubação orgânica
Foco em PD&I e governança, arranjos institucionais, sintonia com clientes, gestão participativa e descentralizada, aprimoramento de processos e visão de futuro são algumas palavras que resumem a nova gestão da Embrapa Café, iniciada oficialmente nesta segunda-feira (9), pelo gerente geral Gabriel Bartholo. A Unidade tem como função principal a gestão do Programa Pesquisa Café do Consórcio Pesquisa Café em consonância com deliberações do Conselho Diretor do Consórcio e do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDP, além de pesquisa em café.
Para Bartholo, o momento atual exige um novo modelo de gestão, denominado de Governança Corporativa. “É um sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo o relacionamento entre Conselho, equipe executiva e demais órgãos de controle. Principais características da boa governança são participação, transparência, responsabilidade, orientação por consenso, igualdade, efetividade e eficiência e prestação de contas. Essas serão minhas diretrizes”, diz.
Entre os principais pontos da proposta de trabalho estão ações estratégicas nas áreas de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, Comunicação e Negócios e Administração. Em PD&I, Bartholo pretende ajustar o planejamento de pesquisa para aumentar a eficiência dos recursos materiais, humanos e financeiros e promover maior integração entre as instituições consorciadas por meio do fortalecimento da pesquisa em rede. Além de desenvolver estratégias para otimizar o desempenho e a eficiência na orientação, acompanhamento e avaliação das ações de PD&I, tendo o Consórcio Pesquisa Café como co-responsável. “Estamos em um momento em que ajustes precisam ser feitos para que o arranjo Consórcio tenha cada vez mais vida longa e próspera. É o que todos os envolvidos esperam”.
Nesse sentido, o novo gerente geral também planeja estruturar a programação de PD&I e de transferência de conhecimentos e tecnologia com o Consórcio Pesquisa Café, integrando e explorando o caráter institucional e multidisciplinar do corpo técnico-científico. “O mundo exige novas demandas de pesquisa, não só que incrementem a capacidade produtiva com sustentabilidade e economia, mas também que incorporem características de interesse agronômico visando à melhoria da qualidade e aumento do valor agregado e garantam a competitividade do negócio. Devemos continuar investindo em pesquisas de melhoramento genético, biologia molecular, desenvolvimento de práticas de manejo para adaptação de sistemas produtivos e mitigação dos impactos previstos nos cenários de mudanças climáticas, além de produção e industrialização de cafés diversificados em atendimento às crescentes exigências de mercado”, explica.
Ainda no que diz respeito à política de PD&I, o caminho a ser seguido pela Embrapa Café, segundo Bartholo, será o de fortalecimento da interação e parcerias com outras instituições públicas e privadas no Brasil e no exterior, aumento da renda de pequenos (familiar) e médios cafeicultores por meio da disponibilidade de tecnologias de manejo da cultura e gestão da propriedade, estímulo ao uso de boas práticas agrícolas com a implantação de sistema de produção sustentável focado na responsabilidade socioambiental, por meio da transferência de tecnologia. “Para isso, vamos privilegiar a atualização de pesquisadores, técnicos e extensionistas nos diferentes segmentos da cadeia produtiva em sistemas de produção, políticas sociais, ambientais e econômicas para a cafeicultura”, completa.
Por falar em transferência de tecnologia, ainda estão previstas como ações de fortalecimento desse processo a realização de cursos de capacitação de técnicos da extensão rural e cafeicultores empresariais e familiares, o treinamento de agentes multiplicadores na promoção do desenvolvimento e apropriação das inovações tecnológicas e estabelecimento de parcerias com agentes de extensão rural, em conjunto com as consorciadas, para programar unidades piloto de sistemas de exploração cafeeira de cunho familiar.
Na área de Comunicação e Negócios, a Embrapa Café vai fortalecer a comunicação interna e externa, envolvendo a Embrapa Café, o Consórcio Pesquisa Café, cooperativas e associações de cafeicultores empresariais e familiares, entre outros agentes e clientes, com a criação de novos veículos e espaços interativos que permitam dinamizar o fluxo de informações. Além disso, serão criadas estratégias para fortalecer a imagem do Consórcio junto aos elos da cadeia produtiva de café.
Na área de gestão de conhecimento, Bartholo vai propor o estabelecimento de uma agência de informações sobre a cafeicultura com o objetivo de subsidiar agentes públicos e privados para formulação de políticas para a cafeicultura, além da criação de comitê de estudo para, junto com o Consórcio, incrementar portfólio eletrônico e impresso, bem como as ações do comitê de propriedade intelectual. Em desenvolvimento institucional, o empenho será no sentido de fortalecer as equipes de pesquisa dos projetos estratégicos, bem como a carteira de projetos de alto interesse da Unidade e do Consórcio. “Pretendemos criar o comitê interno de avaliação anual de sistemas de gestão dos processos e da chefia da Embrapa Café”, adianta.
Para incrementar parcerias interinstitucionais e Internacionais, primeiramente a estratégia será de no sentido de interagir de forma intensiva com o Consórcio, unidades da Embrapa, Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária - SNPA, instituições nacionais e internacionais de ensino e pesquisa, agentes de fomento à pesquisa, instituições de assistência técnica e extensão rural, fundações, entidades representantes de produtores e de trabalhadores rurais.
“Internacionalmente vamos caminhar para ampliar a interação com os Labex para estabelecer parcerias que promovam o fortalecimento e capacitação das equipes para obtenção de maior eficácia das ações de PD&I, além de estabelecer convênios de cooperação internacional com países produtores de café para capacitação e transferência de conhecimentos acumulados pelo Consórcio e buscar intercâmbio com organismos e instituições internacionais em áreas de interesse da cafeicultura”, completa o novo chefe.
Bartholo é engenheiro agrônomo graduado pela Universidade Federal de Lavras (1972), possui mestrado em Fitotecnia com concentração em Melhoramento Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa (1978) e doutorado em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas) pela Universidade Federal de Lavras (2000). É pesquisador na cultura do café, com estudos concentrados na área de melhoramento genético do cafeeiro/fitotecnia. Trabalhou 31 anos na Epamig, tendo ocupado praticamente todos os cargos de gestão da Empresa, inclusive o de presidente entre 1993 e 1995. Foi gerente geral da Embrapa Café de 2004 a 2008. Atualmente estava atuando como consultor técnico científico em projetos na Embrapa Cerrados. Sua produção técnico-científica, bem como a lista de prêmios e distinções recebidas é extensa.
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