Cooperativa criada em Paragominas tornou-se centro de desenvolvimento das atividades agrícolas da região
26.05.2023 | 14:28 (UTC -3)
Cultivar
A edição de 2023 do Show Agro, idealizado e organizado pela Coopernorte, em Paragominas (PA) encerra amanhã, ao meio-dia. Mas já se pode dizer que foi um grande sucesso. Iniciado na última quarta-feira (24/5), o evento juntou exposição de tecnologias agrícolas e palestras técnicas voltadas aos produtores rurais.
Os expositores somaram quase 100 empresas, variando de grandes produtoras de pesticidas, sementes e máquinas agrícolas até fornecedores de serviços, como consultorias, empresas dedicadas a temas ambientais e pulverizações específicas.
Na parte de palestras, diversos nomes consagrados do agronegócio brasileiro transmitiram conhecimentos aos produtores rurais. Dentre eles, Marcos Jank explicou as tendências globais do mercado de energia renovável no agro; Eder Moreira, da Bayer, falou sobre manejo de fungicidas em soja; e Ronaldo Trecenti ensinou como a rotação de culturas e as plantas de cobertura interferem na produtividade da soja e do milho. A Embrapa esteve representada por Lucieta Martorano, Edilson Carvalho, Maria da Conceição, Ronaldo Pereira e Emerson Barghi.
Outro destaque foi a advogada Mariely Biff abordando questões de sucessão na família, gestão de empresas rurais e governança. Ela explicou que apenas 5 a 7% das empresas familiares chegam à terceira geração. Em grande parte, por falta de preparação para o processo sucessório. Apontou várias diferenças de percepção e crenças entre as gerações. E dissertou sobre alguns dentre os diversos tópicos envolvidos.
Um dos pontos expostos por Mariely foi a necessidade de criação de protocolos para facilitar a gestão da empresa rural. Trata-se de meio para garantir a harmonia através de regras. Por exemplo: quais as condutas de cada membro da família na empresa, quanto cada um receberá, horários de trabalho, férias... E a sempre presente necessidade de separação entre as relações familiares e empresariais. São dois mundos. Devem assim serem entendidos.
Em termos de sucessão, a advogada ensina não haver fórmulas prontas. Cada caso deve ser analisado a partir da realidade da família, do negócio e das expectativas futuras dos envolvidos.
Sobre a Coopernorte
A Coopernorte, Cooperativa Agroindustrial Paragominense, começou com 33 cooperados em 2011. Mas a ideia era ter apenas 20, conta o diretor-presidente da cooperativa, Bazílio Wesz Carloto. Agrônomo formado pela UFSM, ele deixou o Rio Grande do Sul atraído pelo potencial do Pará. Necessitando organizar seus clientes na região, havia tentado constituir uma cooperativa antes. Só que a grande quantidade de pessoas interessadas tornou o processo difícil. Daí a opção por um grupo pequeno. "Na reunião, os 20 imaginados tornaram-se mais de 30 porque foram trazidos alguns amigos e vizinhos dos interessados", explica.
Após 12 anos, a Coopernorte cresceu. Atualmente conta com 96 cooperados e faturamento ao redor de R$ 1,2 bilhão. Isso significa aumento de 80,7% em relação ao exercício anterior. E um resultado positivo 252% superior às sobras de 2021. No encerramento fiscal de 2022, houve partilha de R$ 19 milhões entre os cooperados.
A cooperativa conta com cooperados em 11 cidades: Abel Figueiredo, Açailândia, Buriticupu, Dom Eliseu, Goianésia, Ipixuna do Pará, Itinga do Maranhão, Paragominas, Rondon do Pará, Tailândia e Ulianópolis.
Neste ano, após investimento de R$ 80 milhões, a primeira agroindústria da Coopernorte entra em operação. E as três unidades da cooperativa devem movimentar seis milhões de sacas de grãos, volume mais de 15% maior do que o do ano anterior.
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