Integração Lavoura Pecuária Floresta pode ser diferencial competitivo para o agronegócio
Tema foi discutido na 5ª edição do Circuito RedeAgro, realizado em Indaiatuba (SP)
O ano de 2015 não foi fácil para os produtores de maçã de São Joaquim (SC), uma das maiores produtoras da fruta no país. A primavera altamente chuvosa foi muito prejudicial para a primeira safra de 2016, o que causou o aumento do preço. E as consequências irão prevalecer durante o ano, com um possível desabastecimento à vista para o mercado.
Segundo o engenheiro agrônomo Salvio Rodrigues Proença, o fato de São Joaquim, que é responsável por um terço da produção nacional de maçãs, ter sofrido com as condições climáticas em 2015, faz com que todo o mercado nacional seja prejudicado. “20% da produção na cidade foi comprometida, o que corresponde à aproximadamente 300 mil toneladas”, afirma Proença. Isso acabou se refletindo em um âmbito maior: “a estimativa é de que o prejuízo nacional seja de 40%”, completa.
De acordo com o meteorologista da Climatempo, César Soares, o grande responsável foi o El Niño. “O fenômeno impactou toda a região Sul no ano passado quando intensificou as chuvas. Em setembro quando começou a primavera, o INMET registrou um índice pluviométrico de 417 mm, muito acima da média histórica para o mês que é 170 mm”. A chuva ficou acima da média durante todos os meses da primavera e do verão. "Apenas janeiro teve chuva abaixo da média na cidade", ressalta Soares.
Consequentemente, todo o futuro do mercado ficou comprometido. “A partir de janeiro, tivemos um forte desabastecimento”, explica o engenheiro agrônomo. “Provavelmente, o número de maçãs na 2ª quinzena de novembro de 2016 será nulo”, prevê.
Mas ainda há uma esperança, já que a expectativa é que a chegada do La Niña estabilize o clima neste inverno. “Com o enfraquecimento do El Niño a tendência é uma estação com temperaturas dentro do normal”, comenta Soares. Contudo, é difícil afirmar como será o futuro dos produtores de maçã, visto que as sequelas do excesso de chuvas, granizo e geadas permaneceram até hoje. “A produção ficou muito menor”, finaliza Proença.
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