Secretário de Alimentação, Agropecuária e Silvicultura do Estado da Baviera e delegação alemã visitam a Embrapa Meio Ambiente

09.03.2012 | 20:59 (UTC -3)
Cristina Tordin

A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariuna, SP) recebeu a visita de delegação alemã, composta por 30 representantes de diversas instituições publicas e privadas, chefiada pelo Secretário de Alimentação, Agropecuária e Silvicultura do Estado da Baviera, Helmut Brunner, para conhecer projetos em agricultura e meio ambiente, além de visitarem o Face (Free Air Carbon Dioxide Enrichment), experimento inédito no país, que irá avaliar os efeitos do aumento da concentração do dióxido de carbono atmosférico sobre plantas de café e a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas.

O Chefe Geral da Unidade, Celso Manzatto apresentou um amplo panorama da agricultura brasileira e do papel da pesquisa agropecuária para seu desenvolvimento. Em seguida, o pesquisador Geraldo Stachetti exemplificou algumas das contribuições da equipe local, sobre estudos de impactos socioambientais de inovações tecnológicas e indicadores para gestão ambiental de atividades rurais. Citando a plataforma institucional de avaliação de impactos de tecnologias, pela qual centenas de inovações ofertadas pelo sistema Embrapa anualmente têm sido avaliadas quanto a seus impactos, Stachetti explicou o papel desses estudos no processo de transferência e adequação da adoção tecnológica pelos setores produtivos rurais.

Após breve exposição sobre as bases metodológicas que vêm sendo exploradas pela equipe, apresentou uma revisão da ampla variedade de alcances dos estudos de caso já realizados, enfatizando-se a importância de recomendações de manejo obtidas nesses estudos para a produção agrícola sustentável. Com tais evidências, Stachetti concluiu por demonstrar o valor de tais sistemas de análise e de gestão ambiental para a busca de objetivos de integridade ecológica, vitalidade econômica e equidade social para o desenvolvimento sustentável.

Durante a visita ao Face, Anamaria Dentzien, analista da Embrapa Meio Ambiente, explicou que, primeiramente, o experimento foi projetado para avaliar os efeitos do aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) atmosférico sobre problemas fitossanitários do cafeeiro. São 6,5 hectares plantados, há dois anos, com café da variedade Catuai Vermelho - IAC144. Nesse espaço foram montados 12 anéis com 10m de diâmetro, numa distância de 70m entre cada um, sendo sendo 6 deles tem injeção de CO2 e seis, sem CO2 adicional. Dentro dos anéis foram plantados há 1 ano, a mesma variedade de café, intercalada com outra, a Obatã. A injeção de CO2 teve início em 25 de agosto de 2011 e os primeiros resultados já estão começando a serem gerados.

Conforme a analista, o controle da injeção de CO2 nas parcelas e todas as medidas de sua concentração, assim como o monitoramento dos parâmetros edafo-ambientais (temperatura, umidade, radiação solar, direção e intensidade do vento) são obtidas através de sensores e válvulas que funcionam como nós de uma rede de sensores sem fio, uma tecnologia desenvolvida pelo pesquisador André Torre Neto da Embrapa Instrumentação Agropecuária. Essa tecnologia emprega dispositivos no padrão conhecido como Zigbee e permite a obtenção das informações de maneira contínua, em tempo real, com a grande vantagem de ser compatível em relação à incidência de raios, muito frequente em nossa região.

É possível controlar a injeção de CO2, fechando as válvulas durante o período em que não ocorre fotossíntese, assim como nos momentos em que as condições do vento não justifiquem sua liberação para a atmosfera: abaixo de 0,5m/s e acima de 4m/s, primeiro, porque sem vento o CO2 não se espalha pelo interior da parcela e segundo, porque o vento forte demais leva o CO2 embora dela.

Trata-se de um experimento com alto investimento e por isso mesmo está aberto a parcerias com outras instituições. Além dos problemas fitossanitários, outros estudos foram iniciados: efeitos sobre a fisiologia vegetal, a química e física de solo, a composição da microfauna e comunidades de plantas invasoras, as populações de polinizadores, entre outros.

Também estiveram na visita um representante do Consulado alemão, Rainer Müller, o Diretor de Agricultura da Embaixada Alemã, Volker Niklahs e o Representante do Estado da Baviera no Brasil, Martin Langewellpott.

Divulgação

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