Secretário da Agricultura afirma na Chapada Diamantina que PAC do Semiárido já começou na Bahia

14.09.2012 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

“Este é o programa mais importante do Brasil para a convivência com o semiárido”, afirmou o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao visitar no final da tarde desta última quarta-feira (12) a Estação Experimental da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), em Utinga, onde 40 técnicos estão sendo capacitados para a implantação do Programa Palmas para o sertão, que visa a segurança alimentar do rebanho da agricultura familiar. Os técnicos, contratados por meio de convênio entre a Seagri e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), fazem parte da segunda turma de capacitação, e vão ser multiplicadores, visando a implantação de 500 unidades demonstrativas de palma adensada, destinada à alimentação.

De acordo com o secretário, o PAC do Semiárido, que ele tem solicitado à presidente Dilma Rousseff, já começou na Bahia, com o Programa Palmas Para o Sertão; com 1.300 barragens subterrâneas que serão construídas nos 250 municípios que decretaram situação de emergência por causa da seca, com recursos conseguidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri); com o Programa Água Para Todos, do governo do Estado; com poços, produção de mudas de caju e umbu pela EBDA, e com a biofábrica que está sendo viabilizada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), para a produção de mudas de sisal.

De acordo com Marcelo Matos, diretor de Pecuária da EBDA, meia tarefa plantada pode produzir 400 toneladas de palma, suficiente para alimentar 44 vacas durante seis meses. O secretário Eduardo Salles, que à noite reuniu-se com centenas de agricultores familiares na Casa Paroquial de Utinga, disse que “nossa meta é fazer com que cada criador tenha pelo menos meia tarefa plantada com palma adensada, para garantir a alimentação animal nos períodos de seca”. Para tanto, informou, além das unidades demonstrativas, que vão multiplicar as mudas, o governo do Estado vai implantar quatro biofábricas para produção de mudas sadias de palma.

Enquanto, isso, a Seagri/EBDA já licitou 10 milhões de mudas de palmas, dos quais sete milhões são para entrega imediata, e o restante paulatinamente, de três em três meses. Marcelo Matos disse que das 500 unidades demonstrativas, 100 serão implantadas em assentamentos do Incra, e as demais em locais indicados pelos movimentos sociais. Ele informou ainda que a EBDA vai plantar 50 hectares de palma em suas estações experimentais.

Na execução do programa, a EBDA atuará na implantação de unidades didáticas, de áreas e de biofábricas, com diferentes cultivares de palma adensada nos municípios do semiárido, e cana nos municípios fora do semiárido, nas Estações Experimentais da EBDA para distribuição de mudas e em parceria com agricultores familiares em suas terras.

Durante o encontro com os agricultores, no Salão Paroquial de Utinga, Salles anunciou a instalação de uma estação meteorológica no município, equipamento de suma importância, especialmente nos períodos de seca, quando se torna ainda mais necessário o monitoramento do clima para a gestão dos recursos hídricos disponíveis. Ele apresentou as medidas emergenciais e estruturantes que o governo está adotando para amenizar os prejuízos causados pela longa estiagem, e afirmou que “nosso objetivo é estruturar o semiárido para a convivência com a seca”, explicando que “com água para os animais, e reserva alimentar vamos ter melhores condições de conviver com o semiárido”.

Para tanto, informou ele, aliado às ações que o governo do Estado está adotando, a Seagri está reivindicando à presidente Dilma Rousseff a criação do PAC do Semiárido, com o objetivo de viabilizar ações voltadas para estruturar o semiárido. “Queremos, dentro do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a liberação de recursos destinados a perfurar poços artesianos, mesmo com água salobra, para dessedentação animal; plantação de palma adensada, para formação de reserva estratégica de alimentos; produção e distribuição de mudas de caju, umbu e outras espécies resistentes à seca, construção de pequenas, médias e grandes barragens para perenizar riachos e rios do sertão, dentre outras ações”, informou o secretário.

No município de Utinga, o secretário Eduardo Salles e o superintendente de Irrigação da Seagri, Marcelo Nunes, visitaram a Fazenda Bela Vista, onde quatro hectares plantados com café conilon irrigado mostra que a cultura desse tipo de café pode ser importante opção para a região, que até então só produzia café arábica. De acordo com um dos sócios da fazenda, Maurício José Almeida, na primeira safra do conilon, a produtividade foi de 80 sacas por hectare.

A Fazenda Bela Vista possui gado de corte e plantação de cana irrigada, transformada em cachaça num bem montado alambique. O subproduto da cana é utilizado na alimentação animal. “Temos projetos para criar vaca leiteira, e produzir rapadura e açúcar mascavo”, informou o produtor.

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