Santa Catarina registra queda de produção de milho e soja na safra 2023-24

Colheita está oficialmente concluída; no cultivo do milho, a produção total foi 21,8% menor; já a soja recuou 8,1%

17.07.2024 | 14:46 (UTC -3)
Epagri
Foto: divulgação
Foto: divulgação

A colheita da soja e do milho está concluída em Santa Catarina. Conforme os dados levantados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), a safra 2023/2024 foi encerrada com a confirmação de uma produção menor do que a registrada na safra anterior. O cultivo mais afetado foi o do milho grão, que teve uma produção total 21,8% menor. No caso da soja, a produção total recuou 8,1% na comparação com a safra 2022/2023.

Os dados constam no Boletim Agropecuário do mês de julho, que está disponível no site do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro. Esta edição inaugura o novo formato do documento, com melhorias relacionadas à navegação pelo seu conteúdo e novo layout.

Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, a redução na produção de milho foi consequência de um encolhimento da área plantada e da produtividade média. “Houve uma redução de 8,7% na área plantada com milho em Santa Catarina, além disso, problemas climáticos ocasionaram uma redução significativa da produtividade média”, explica. Enquanto na safra 2022/2023 a produtividade do milho, no Estado, atingiu a média de 8,3 toneladas por hectare, na safra 2023/2024 esse volume foi de aproximadamente 7 toneladas por hectare, uma redução de quase 15,2%. No total, foram colhidas na safra recém encerrada 2,26 milhões de toneladas de milho.

No caso da soja, a área plantada cresceu 2,5%, mas a produtividade da primeira safra diminuiu. Conforme os dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense, na média, a produtividade da soja, na safra 2023/2024, ficou em aproximadamente 3,4 toneladas por hectare. Na safra 2022/2023 a produtividade média registrada foi de quase 3,8 toneladas por hectare. Com isso, a produção total na safra catarinense recém encerrada ficou em 2,75 milhões de toneladas.

Mercado

Na parcial de julho, o preço médio pago ao produtor catarinense pela saca de milho foi de R$57,97 para a saca de 60 quilos. Embora isso represente um pequeno recuo em relação ao mês anterior, está acima do registrado no mesmo período do ano passado. No entanto, conforme explica Elias, no acumulado do ano de 2024 a variação do preço pago ao produtor para o milho é negativa. “O cultivo do milho no Estado enfrenta sérios desafios devido à alta incidência da cigarrinha-do-milho, ao elevado custo de produção e aos preços insatisfatórios recebidos pelos produtores”, afirma.

Milho
Milho

O preço médio pago ao produtor pela saca de soja, por outro lado, tem mantido a tendência de recuperação diante dos preços registrados no início do ano. Em junho, o valor médio da saca de 60 quilos foi de R$125,90, um crescimento de 2,7% na comparação com o mês anterior. No entanto, no início de julho houve queda das cotações em função da movimentação dos fundos de investimentos, do dólar e das condições das lavouras dos Estados Unidos, que atuam de maneira importante nas cotações internacionais (Bolsa de Chicago), as quais refletem no mercado interno.

Soja
Soja

Banana

O mercado de bananas em Santa Catarina, nos últimos meses, foi caracterizado por variações de preços e oferta devido a fatores climáticos e sazonais. Entre maio e junho de 2024, os preços ao produtor da banana-caturra se recuperaram significativamente, registrando uma valorização devido à menor oferta nacional da variedade. No primeiro semestre de 2024, a banana-caturra mostrou uma valorização nos preços em relação ao mesmo período de 2023, refletindo a oferta limitada. A expectativa é de manutenção nos preços, dada a redução na demanda e oferta sazonal. Entre maio e junho de 2024, houve uma desvalorização nos preços da banana-prata devido à perda de qualidade provocada pelo aumento das chuvas nas regiões produtoras. A previsão é de desvalorização dos preços com a menor demanda esperada durante as férias escolares. A expectativa é de recuperação em julho, com a diminuição da oferta. As exportações catarinenses de bananas também enfrentam desafios, com uma redução significativa no volume exportado na comparação com 2023.

Arroz

Os preços do arroz em casca, no mês de junho, apresentaram elevação em função da expectativa de uma produção nacional menor. Com o andamento da colheita e confirmação de quebra de safra menor do que o esperado, os preços nos primeiros 10 dias de julho apresentaram comportamento decrescente. A safra catarinense de arroz 2023/2024 encontra-se encerrada e, comparativamente à safra anterior, foi registrada uma redução da área plantada em aproximadamente 0,9%. A ocorrência de chuvas excessivas, baixa luminosidade, excesso de nebulosidade, dificuldade de execução de tratamentos fitossanitários e excesso de calor na floração, prejudicou o desenvolvimento das lavouras. Com isso, foi confirmada uma produtividade menor em relação à safra passada (-7,6%).

Arroz
Arroz

Feijão

Os preços recebidos pelos produtores catarinenses de feijão-carioca tiveram modesta valorização de 0,76% no mês de junho (passou de R$151,54 para R$152,69, a saca de 60 quilos). Já para o feijão-preto, o preço médio recebido pelos produtores teve um crescimento de 6,68% em relação ao mês anterior, passando de R$189,61 para R$202,27. Na comparação com junho do ano passado, o preço médio da saca de feijão-preto está 3,40% mais alto. Já o preço médio pago ao produtor pelo feijão-carioca registou uma redução de 33,45% na variação anual. A safra de feijão, no Estado, está encerrada. O volume total colhido nas duas safras estaduais é estimado em 113 mil toneladas, uma pequena redução de 0,8% quando comparado à safra anterior.

Feijão
Feijão

Trigo

Em junho, a variação mensal no preço médio pago ao produtor catarinense teve uma alta de 5,73%. As cotações do trigo, no mercado brasileiro, têm se sustentado pelos baixos estoques no mercado interno, sobretudo para o produto com qualidade superior. O motivo é que o trigo ofertado na safra passada, em geral, apresentou qualidade comercial ruim. A atualização de junho sobre a safra de trigo 2024/2025 indica uma redução de 10% na área plantada, tendo como referência a safra anterior. A produtividade média estadual deverá crescer, com um aumento estimado de 56,1%. Com isso, a produção também deve aumentar cerca de 39,8%. Em relação à evolução do plantio, até a última semana de junho, aproximadamente 49% da área estimada havia sido plantada. A condição das lavouras é considerada boa em 99% dessa área.

Trigo
Trigo

Alho

As cotações do alho, no atacado, se mantêm firmes. Os preços do produto vêm em ascendência desde abril de 2023 em função da baixa oferta, interna e externa. Na Ceagesp, no início de junho, o alho classe 5 foi comercializado a R$27,78 o quilo, o alho classe 6 iniciou o mês a R$29,93 e o alho classe 7 a R$32,80 o quilo. O preço médio pago aos produtores, em Santa Catarina, no mês de junho, teve redução de 30% para o alho categorias 4-5, na comparação com o mês anterior, reflexo do encerramento  da comercialização da safra no Estado. De acordo com o acompanhamento do Projeto Safras da Epagri/Cepa, 39% da área prevista para plantio na safra 2024/2025, já foi efetivada no Estado e, até o momento, as condições das lavouras são boas. No primeiro semestre de 2024, as importações foram de 92,82 mil toneladas, 23,54% superior ao mesmo período do ano passado.

Alho
Alho

Cebola

Apesar do incremento da produção paulista, no mês de junho, as cotações da cebola se mantiveram firmes, puxadas pela baixa oferta interna. O preço médio pago ao produtor catarinense, no mês, foi de R$60,50 a saca de 20 quilos, redução de 26,66% em relação ao mês de maio. Na Ceagesp/SP, o mês de junho iniciou com o preço em R$5,69 o quilo para a cebola-nacional média. Na Ceasa/SC (unidade de São José), no mesmo período, o preço da cebola tipo 3 foi cotado a R$5,00 o quilo, redução de 16,66% em relação ao início de maio. Segundo o acompanhamento do Projeto Safras da Epagri/Cepa, 18% da área estimada para plantio no Estado, na safra 2024/2025, já foi realizada e a situação das lavouras é considerada boa. As importações de cebola, no primeiro semestre deste ano, são superiores a 249 mil toneladas, volume recorde quando levados em consideração os últimos anos.

Cebola
Cebola

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