Safra de grãos paulista é estimada em 10 milhões de toneladas

Previsão atualizada para o biênio 2022/23 é de aumento de 2,5% em comparação ao colhido no ciclo anterior e 2,9% menor ante a estimativa do levantamento divulgado em outubro; soja deve ter produção recorde

23.11.2022 | 14:03 (UTC -3)
FAESP
Previsão atualizada para o biênio 2022/23 é de aumento de 2,5% em comparação ao colhido no ciclo anterior e 2,9% menor ante a estimativa do levantamento divulgado em outubro; soja deve ter produção recorde; Foto: Divulgação FAESP
Previsão atualizada para o biênio 2022/23 é de aumento de 2,5% em comparação ao colhido no ciclo anterior e 2,9% menor ante a estimativa do levantamento divulgado em outubro; soja deve ter produção recorde; Foto: Divulgação FAESP

O segundo levantamento elaborado pelo Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica uma estimativa de 10 milhões de toneladas para a safra paulista de grãos 2022/2023. O número divulgado em novembro é 2,5% superior ao colhido na safra anterior (9,8 milhões de toneladas) e representa uma queda de 2,9% em relação ao primeiro levantamento, que apontava uma produção de 10,33 milhões de toneladas. Já a área plantada com grãos no estado deve crescer 0,8%, totalizando 2,5 milhões de hectares, enquanto para a produtividade, avaliada em 4.012 kg/ha, é previsto um ganho de 1,7%.

“Apesar de haver uma queda em relação ao primeiro levantamento, o número ainda é maior do que na safra passada, o que nos deixa otimistas. Além disso, a produtividade continua em alta, outra notícia positiva para os produtores paulistas de grãos”, afirma o presidente da FAESP, Fábio de Salles Meirelles.

A queda ante a primeira estimativa decorre de expectativas negativas para os cultivos de primeira safra de feijão e milho. Para o feijão, houve redução considerável da área plantada (-22,8%), principalmente em função da concorrência com cultivos mais rentáveis, como a soja. Dessa forma, é esperada uma produção de 96,2 mil toneladas para a primeira safra de feijão, volume 16,3% menor que o colhido em 2021/22. No consolidado das três safras, são previstas 167,6 mil toneladas (queda de 9,4%).

O milho de verão também vem perdendo espaço para a soja, de modo que os produtores têm dado preferência para o cultivo de safrinha. Diante desse cenário, a estimava é de uma perda de 26,5% em área com produção de primeira safra, sendo destinados 246,3 mil hectares para este cultivo no estado. A produção foi avaliada em 1,43 milhão de toneladas, registrando queda de 28,5%.

Já a produção de milho safrinha deve superar a última safra em 18,6%, com colheita estimada de 2,77 milhões de toneladas. No total das duas safras, a produção paulista de milho deve somar 4,2 milhões de toneladas (-3,1% na comparação com o ciclo anterior).

O destaque positivo é para a soja, com produção avaliada em 4,5 milhões de toneladas, indicativo de um crescimento de 7,6% e de nova safra recorde para o estado. O resultado positivo é decorrente do avanço de 4,6% na área plantada com soja, estimada em 1,27 milhão de hectares, e do ganho de 2,9% em produtividade, prevista em 3.536 kg/ha.

Os cultivos de inverno caminham para conclusão, com expectativa de produção de 312,3 mil toneladas (alta de 18,2% em relação à safra 2021/22), sendo 307,4 mil toneladas de trigo (aumento de 20,7%) e 4,9 mil toneladas de triticale (queda de 49,5%).

Brasil

Em relação a dados de todo o Brasil, o segundo levantamento da Conab para a safra 2022/23 aponta um crescimento de 15,5% na produção de grãos, ante os resultados do ciclo anterior. O volume estimado de 313 milhões de toneladas de grãos tem como base a expectativa de expansão da área produtiva, avaliada em 76,8 milhões de hectares (+3,2%), mas também do ganho de 12% em produtividade, projetada em 4.075 kg/ha. Caso se concretizem as estimativas, 2022/23 registrará nova safra recorde de grãos no Brasil.

Mas deve ser ressaltado que as projeções no início de safra, realizadas enquanto as áreas estão sendo preparadas e com plantios ainda em fase inicial, fazem uso de métodos estatísticos e, portanto, não refletem com precisão o que se realiza em campo. Assim, é preciso aguardar os próximos levantamentos para estimativas mais assertivas da produção nacional de grãos.

O grande destaque deste levantamento é para a soja, com produção estimada de 153,5 milhões de toneladas, 22,3% ou 28 milhões de toneladas superior à da safra 2021/22. Para a área plantada, a projeção é de alta de 4,2%, totalizando 43,2 milhões de hectares com a oleaginosa neste ciclo. Será a maior safra de soja registrada no país, caso se confirmem as projeções.

Outro destaque é para a produção de milho primeira e segunda safras, ambos com crescimento esperado de 12,5% frente aos resultados da última temporada, totalizando 28,2 milhões de toneladas e 96,3 milhões de toneladas, respectivamente. No consolidado das três safras de milho, a expectativa é de que sejam colhidas 126,4 milhões de toneladas, aumento de 12% ou 13,6 milhões de toneladas na comparação com 2021/22.

Já a área de plantio estimada para arroz e feijão deve cair 6,2% e 2,7%, respectivamente, resultando em queda nas produções desses grãos. Para o arroz, a previsão é de que sejam colhidas 10,6 milhões de toneladas (-1,4%), enquanto para o feijão são esperadas 2,9 milhões de toneladas (-3%).

As safras de inverno 2022, próximas da conclusão, devem resultar em 11,3 milhões de toneladas, volume 21% superior ao da temporada anterior. Desse total, 9,5 milhões de toneladas correspondem ao trigo (+23,7%) e 1,2 milhão de toneladas à aveia (+2,8%).

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