Campeão do Cup of Excellence Brazil 2022 aposta em tratamento fitossanitário e tecnologias de nutrição e fisiologia no cafezal

Antônio Rigno de Oliveira Filho, da Fazenda Tijuco, em Piatã (BA), Chapada Diamantina, ficou em primeiro lugar no principal concurso de qualidade de café do mundo, com um score de 91,41 na variedade Catuai 144, com método de processo natural

22.11.2022 | 17:13 (UTC -3)
Cláudia Santos
Antônio Rigno de Oliveira Filho, da Fazenda Tijuco, em Piatã (BA), Chapada Diamantina, ficou em primeiro lugar no principal concurso de qualidade de café do mundo, com um score de 91,41 na variedade Catuai 144, com método de processo natural; Foto: Divulgação
Antônio Rigno de Oliveira Filho, da Fazenda Tijuco, em Piatã (BA), Chapada Diamantina, ficou em primeiro lugar no principal concurso de qualidade de café do mundo, com um score de 91,41 na variedade Catuai 144, com método de processo natural; Foto: Divulgação

Foi com grande satisfação que a família Rigno celebrou o tetracampeonato alcançado com o resultado de vencedor do Cup of Excellence Brazil 2022, principal concurso de qualidade de café do mundo, que teve os vencedores divulgados no final de outubro, especialmente pelo fato de ter concorrido e ganhado o primeiro lugar com um café tradicional (Catuaí) que competia com variedades exóticas (Geisha e outros).

Gilmar Martins do Nascimento, engenheiro agrônomo da AGRIPEC - Consultoria e Projetos Rurais, que atende o produtor há 22 anos, lembra que, quando começou a acompanhar a produção de café arábica da família, deparou-se com uma lavoura com café cultivado de forma arcaica, não bem conduzido, e, para se chegar à qualidade atual, foi implementado um processo gradual no decorrer de anos, lastreado em investimentos em tecnologias de nutrição e de fisiologia vegetal, bem como tratamento fitossanitário e, até que, como consequência de todo esse trabalho, o café da família foi reconhecido como o café de melhor bebida do Brasil em 2009, 2014, 2015 e agora, em 2022.

Nascimento, que trabalha ao lado dos colegas José Domingos Alves Sampaio e Tiago Ramos do Nascimento na consultoria, revela o segredo do sucesso, que faz o café ser hoje exportado para compradores de países como Japão, Coreia, EUA, Inglaterra, Austrália e Alemanha. “Iniciamos os tratos culturais em meados de setembro, quando começa o ano agrícola do café arábica. Por conta dos danos físicos causados na planta durante a época de colheita, aplicamos Kellus Cooper. Posteriormente, fizemos pulverizações com macro e micronutrientes e tratamentos de solo, como Polyblen e Profol, além do agente antiestressante Concorde, todos da ICL. Essas tecnologias fazem parte do Programa Nutricional Supera, com pequenas adequações a nossa realidade, que tem nos trazido ótimos resultados”, comemora.

Da esq. p/ dir. Antonio Rigno, Gilmar Nascimento e José Domingos
Da esq. p/ dir. Antonio Rigno, Gilmar Nascimento e José Domingos

Bebida especial

Antônio Rigno de Oliveira Filho não trabalha com uma cafeicultura empresarial, mas sim com uma cafeicultura baseada na produção de café com bebida especial, conforme lembra Nascimento. A produtividade é importante - a fazenda produz cerca de 40 sacas de café por hectare --, mas o principal foco é alcançar uma bebida de qualidade especial e superior à que existe no mercado. “Nosso terroir é diferenciado e único. Trabalhamos com uma pontuação acima de 90 e nosso café tem característica de melaço da rapadura que é típico da região, o que tem chamado a atenção do júri internacional”, destaca.

De acordo com o engenheiro agrônomo, sem irrigação, o investimento na fisiologia das plantas para minimizar veranicos causados pela seca é fundamental, assim como a nutrição de liberação controlada, que realmente entrega o que promete. “A tecnologia de Polyblen é muito favorável, pois, como não temos café irrigado, mas sim molhado, a liberação controlada dos nutrientes para as plantas torna-se imprescindível para uma boa nutrição das mesmas. Quando a chuva chega, a liberação é mais efetiva para a planta, e, associada à aplicação de foliares, conseguimos ótimos resultados”, diz.

A transformação de um café em campeão

Ao falar, com orgulho, sobre a premiação, Nascimento lembra que nada cai do céu fácil e o produtor tem de ter confiança em seu corpo técnico, acreditar. “Transformar um café em campeão é um trabalho de formiguinha. Investir principalmente em nutrição e fisiologia com um bom programa de controle fitossanitário faz toda a diferença”, alerta.

Coffee experst club

A conquista da Tijuco foi levada recentemente ao Coffee Experts Club, um clube da ICL que reúne produtores, consultores e outros membros da cadeia do café do País, que buscam cada vez mais produzir mais e melhor. “Estivemos na última reunião, em Patrocínio (MG). Foi muito boa, trocamos diversas experiências. Um clube como esse foi uma ótima iniciativa da ICL e de fundamental importância, porque através dele podemos discutir cara a cara com outros consultores. Somos apaixonados por café. Dormimos e acordamos pensando na cultura e sabemos que temos sempre algo para melhorar, daí estarmos sempre buscando mais informações e trocas de experiências com novas tecnologias, o que encontramos no clube”, declara Nascimento.

“Queremos estar cada vez mais próximos do cafeicultor por meio do Coffe Experts Club e com nosso Programa Nutricional Supera, que tem como principal objetivo entregar as melhores tecnologias e soluções em nutrição e fisiologia de plantas, contribuindo, dessa forma, para que as lavouras estejam sempre bem nutridas e preparadas para superarem os estresses e expressarem o seu potencial genético. Isso é possível porque contamos com o suporte dos consultores agronômicos e de uma equipe de profissionais altamente capacitados, por meio de visitas programadas, e com a oferta de um portfólio completo, que traz fertilizantes de solo de alta eficiência, tratamento de sementes, fertilizantes foliares, produtos de ação fisiológica e adjuvantes”, explica José Leite, gerente de Desenvolvimento de Mercado da ICL, que comemorou também o quinto lugar do Cup of Excellence com o produtor Pedro Brás, da Casa Brás, Vargem Bonita (MG), com um score de 90,41 na variedade Geisha.

Inovação

A ICL possui uma ampla estrutura de desenvolvimento de tecnologias, prezando por comprovar em seus centros de inovação, em Iracemápolis (SP) e Cruz alta (RS), credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tecnologias que geram produtividade e rentabilidade no campo. De acordo com a lista de instituições de pesquisa privadas do MAPA, a empresa é a única que atua exclusivamente na área de Nutrição e Fisiologia de Plantas a possuir centros de pesquisa credenciados pelo ministério.

A empresa investe globalmente U$ 64 milhões no mundo em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil, foram R$ 20 milhões em 2021, o que solidifica sua posição como uma das empresas mais inovadoras e tecnológicas do setor. Nos últimos cinco anos, lançou 21 produtos, tem uma série de pedidos de patentes depositados e uma contribuição expressiva para a geração de tecnologias que agreguem na produção agrícola de Norte a Sul do Brasil, com foco no melhor uso de nutrientes para a agricultura tropical aliado à sustentabilidade.

A ICL foi reconhecida mais uma vez como uma das 150 empresas mais inovadoras do País no Prêmio Valor Inovação Brasil 2022, estando entre as Top 5 na categoria agronegócio pela segunda vez consecutiva, em seu segundo ano de participação.

Cup of Excellence Brazil

Cup of Excellence é o principal concurso de qualidade para café do mundo. A Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) realiza este concurso desde 2000 e hoje conta com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e da "Alliance for Coffee Excellence" (ACE). Este concurso está aberto a todo produtor brasileiro de café arábica, sendo uma das ações do Plano Internacional de Marketing para a Promoção dos Cafés Especiais Brasileiros proposto pela associação.

O concurso Cup of Excellence foi iniciado por um grupo de profundos conhecedores de café juntamente com o suporte de entidades do governo e organizações não-governamentais (ONGs), com o objetivo de recompensar os produtores por seus esforços e trabalho.

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