Safra australiana de grãos de inverno cresce 2%

Chuvas favorecem lavouras em quase todas as regiões

01.09.2025 | 11:00 (UTC -3)
Revista Cultivar

A safra de grãos de inverno da Austrália em 2025/26 deve atingir 62 milhões de toneladas, alta de 2% em relação ao ciclo anterior. Será a terceira maior produção já registrada, segundo o relatório do Escritório Australiano de Economia e Ciências Agrícolas e de Recursos (Abares).

O crescimento reflete a recuperação das lavouras em estados como Austrália Ocidental, Austrália Meridional e Vitória. Chuvas em julho e agosto garantiram umidade suficiente para a germinação, mesmo com o atraso de três a quatro semanas no desenvolvimento das plantas.

As regiões do norte de Nova Gales do Sul e Queensland apresentam bom desempenho. Nessas áreas, a umidade no solo manteve-se adequada. Já o sul de Nova Gales do Sul segue com chuvas irregulares. As lavouras precisam de mais precipitação na primavera para garantir o potencial de produtividade.

A produção de trigo deve cair 1%, para 33,8 milhões de toneladas. Mesmo assim, esse volume supera em 22% a média dos últimos dez anos. A cevada deve crescer 10%, para 14,6 milhões de toneladas. A canola avança 1%, alcançando 6,4 milhões de toneladas. A lentilha tem a maior alta proporcional, com 34% de aumento e produção estimada em 1,7 milhão de toneladas, novo recorde. A área plantada atingiu nível histórico.

A produção de grão-de-bico deve recuar 7%, totalizando 2,1 milhões de toneladas. O aumento de área não será suficiente para compensar a redução nos rendimentos.

O relatório aponta chance de 65% a 80% de chuvas acima da média na primavera nas regiões produtoras de Queensland e Nova Gales do Sul. Em Vitória e Austrália Meridional, a probabilidade varia entre 55% e 70%. Na Austrália Ocidental, as chances são menores, entre 35% e 50%.

A produção de grãos de verão deve somar 4,5 milhões de toneladas, queda de 12%. Ainda assim, o volume fica 21% acima da média da década. A área plantada permanece elevada, com 1,3 milhão de hectares, sustentada pela umidade no solo e previsão positiva de chuvas na primavera.

A produção de sorgo deve cair 9%, para 2,4 milhões de toneladas. A área plantada deve crescer 3%, atingindo 602 mil hectares, 16% acima da média histórica. Os rendimentos devem ser menores que os do ano passado.

A produção de algodão em pluma deve recuar 16%, para 1 milhão de toneladas. A área plantada encolhe 11%, somando 461 mil hectares, especialmente em Nova Gales do Sul, onde a escassez de água e o aumento do custo da irrigação afetaram o cultivo.

O arroz deve registrar a maior queda proporcional: 36%. A produção esperada é de pouco mais de 300 mil toneladas. A área plantada encolheu 30%, impactada pela redução da disponibilidade hídrica na Bacia Murray-Darling e pela elevação dos preços da água para irrigação.

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