Safra agrícola recorde terá impacto de R$ 24 bilhões na economia do Rio Grande do Sul

25.04.2014 | 20:59 (UTC -3)

As políticas públicas voltadas para o campo implementadas pelo Governo do Estado vão garantir neste ano a maior safra agrícola da história do Rio Grande do Sul: 30 milhões de toneladas. O anúncio da projeção dos números dos principais grãos cultivados no Estado - arroz, soja, milho, trigo e feijão - foi realizado pelo governador Tarso Genro nesta quinta-feira (24), no Palácio Piratini. O chefe do Executivo afirmou que o aumento da produção de 9,2% em relação à safra anterior representa um impacto de R$ 24 bilhões na economia gaúcha.

Acompanhado dos secretários da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze, do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperatismo, Elton Scapini, e do presidente da Emater, Lino de David, o governador disse que o crescimento da safra - conforme levantamento da Emater - está atrelado aos três Planos Safra gaúchos e aos programas Mais Água, Mais Renda e Irrigando a Agricultura Familiar. Tarso ressaltou ainda a participação do Banrisul, Badesul e BRDE na consolidação das políticas para a reorganização do sistema cooperativo no Estado - a partir de refinanciamentos e qualificação do setor.

"Pelo levamento da Emater, o Rio Grande do Sul ainda deve superar a barreira dos 30 milhões de toneladas e ultrapassar o volume de 30,7 milhões de toneladas. É a maior safra da história do Estado, superando as 28,6 milhões de toneladas colhidas em 2011. Isso significa um avanço extraordinário", garantiu o governador. A projeção se deve ao fato de que as colheitas ainda não estão 100% concluídas, mas em uma média de 80%.

Tarso lembrou que a Emater foi fundamental no processo de recuperação das políticas para o campo. "Quando chegamos ao governo, a Emater passava por dificuldades de funcionamento e infraestrutura, sem falar na falta de recursos, de pessoal, e de uma política salarial condizente com as responsabilidades da instituição. A Emater teve um papel muito importante, dando suporte às grandes políticas do governo no campo, originárias das secretarias de Desenvolvimento Rural e da Agricultura. Estas duas são instituições-chave que têm e tiveram papel importantíssimo no período em que estamos à frente do governo."

Crédito

Lino de David atribuiu a safra recorde a três fatores: financiamento e crédito barato, com juros baixo; acesso ao conhecimento técnico por parte dos agricultores; e manejo e incorporação de tecnologia. "Somados a isso estão os preços estáveis ao longo dos últimos anos e as condições climáticas que, apesar de alguns problemas pontuais, não interferiram de forma negativa na economia dos produtores".

Fioreze explicou que, nos últimos três anos, o Estado colheu as maiores safras de grãos. Comparou, ainda, com a produção da década de 1980, que era de 14 milhões de toneladas, e passou para 30 milhões este ano. No período, houve aumento de 118%, enquanto a área plantada elevou-se em apenas 8%. Há três décadas, eram 7,8 milhões hectares plantados. Hoje, são 8,16 milhões. "Esse índice está associado ao grande ganho de produtividade. A média desses cinco grãos, que em 1980/81 era de apenas 1.860 kg/ha, hoje está em 3.767 kg/ha".

Além de destacar o fortalecimento da pesquisa agropecuária, da assistência técnica e extensão rural, das politicas específicas para a agricultura familiar e do empreendedorismo dos agricultores, Fioreze apontou como decisiva a elevação do crédito para o setor - que passou de R$ 25 bilhões para mais de R$ 160 bilhões. E reconheceu ainda o acerto da política industrial.

"Das 22 cadeias produtivas contempladas, temos oito estreitamente ligadas ao setor do agronegócio. Além da criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, que fortaleceu e recuperou os instrumentos de políticas públicas, especialmente os mais de 370 mil agricultores familiares no RS".

Ao enumerar algumas ações voltadas à agricultura familiar, Scapini também disse que uma das principais medidas do governo foi a criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo e destacou a sanção do Executivo do projeto de lei - em 2011 - que permitiu a anistia de 53 mil agricultores que estavam impedidos de acessar crédito. "A criação da SDR permitiu um atendimento diferenciado, com prioridade aos nossos públicos especiais, agricultores familiares, às nossas agroindústrias e ao setor cooperativo do Estado".

O secretário reforçou as ações direcionadas ao setor cooperativo, que vão desde os programas de gestão e crédito às políticas de tributação, e disse que sua pasta deverá totalizar, até o final deste ano, investimentos de R$ 900 milhões no setor - metade do valor destinado à recuperação da Emater.

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