Showtec - produtor terá crédito diferenciado para compra de máquinas
Embargo no agronegócio é expressão do passado, no que diz respeito à relação do Brasil com Rússia e União Européia. A palavra atual é diálogo, principalmente quando se trata de mercados tão exigentes. O comércio de carnes, que passou por problemas com os países europeus, foi restabelecido graças ao trabalho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Rússia, que individualmente é o principal comprador do produto, em especial de suínos, voltou a importar de maneira significativa do Brasil e a UE, que liderava as importações da carne nacional até o ano passado, suspendeu o embargo realizado por conta da exigência de rastreabilidade, ainda no primeiro semestre de 2008.
Atualmente, todos os estados que fazem parte da área livre de febre aftosa estão habilitados para vender carne à Rússia. Em fevereiro, o chefe do Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário daquele país, Sergey Dankvert, esteve no Brasil com sua equipe para conhecer o sistema de defesa agropecuária nacional e, na ocasião, elogiou o empenho brasileiro na resolução das questões pendentes. E afirmou: "o mais importante é solucionar problemas, sem escondê-los, mantendo o relacionamento normal entre parceiros".
Além dos trabalhos realizados pelo serviço oficial de defesa agropecuária com a Rússia, uma missão comercial organizada pelo Mapa esteve no país, este ano, acompanhada de mais de 30 empresários do setor de alimentos. Foram realizados encontros bilaterais com potenciais parceiros e visitas técnicas a centros de distribuição, grandes atacadistas e redes varejistas. A comitiva teve a oportunidade de conhecer, ainda, a principal exposição do setor no país, a World Food Moscow.
O Brasil exporta carnes a mais de 180 países, mas a importância de mercados como Rússia e UE vai além do comércio bilateral, já que ambos servem de vitrine para outros mercados. "Quando o Brasil exporta para importantes mercados, outros países seguem a tendência e passam a abrir suas portas aos produtos do nosso agronegócio", enfatizou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Inácio Kroetz.
Reconquista do mercado europeu – No caso da União Européia, a suspensão do comércio de carne bovina in natura foi breve. Após a interrupção da compra da carne bovina pelo bloco, em fevereiro, as medidas exigidas foram providenciadas de imediato pelo governo brasileiro e, no mesmo mês, propriedades começaram a ser integradas ao Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov).
Ao longo do ano, auditores receberam treinamento, inclusive de veterinários da Diretoria-Geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco), e foram intensificadas as auditorias do Mapa, em conjunto com serviços estaduais de Defesa Agropecuária, no sistema de certificação dessas propriedades rurais. A expectativa do Ministério é de que a capacidade de exportação de carne bovina, para a UE, ocorra de forma mais acelerada do que o ritmo impresso antes do embargo.
Fazem parte, hoje, da área habilitada a exportar carne bovina in natura para a UE os estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. As últimas habilitações foram para Mato Grosso do Sul e parte de Mato Grosso e Minas Gerais. Com a inclusão dessas áreas, cerca de 126,8 milhões de animais (dados de 2007) formam a base do rebanho de exportação da carne bovina para aquele mercado.
Aftosa - O acesso a novos mercados e manutenção dos já existentes depende, entre outros fatores, da sanidade animal, o que garante, também, produtos seguros e de qualidade para o mercado nacional. Assim, a erradicação da febre aftosa do território brasileiro é um dos principais desafios do Mapa.
O Brasil tem 16 unidades federativas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença. Onze estados e o Distrito Federal retomaram, este ano, o reconhecimento que detinham até 2005, quando foram diagnosticados eventos sanitários em Mato Grosso do Sul e Paraná.
Apenas alguns estados das regiões Norte e Nordeste ainda são considerados de risco desconhecido. A intensificação das ações do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) nas regiões Norte e Nordeste reforça a expectativa de erradicar a doença, em todo o território nacional, até 2010.
Fonte:
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura