RS: chuvas retardam plantio da próxima safra

13.09.2009 | 20:59 (UTC -3)

No Rio Grande do Sul, as frequentes pancadas de chuvas provocaram restrições às atividades de campo, dada a excessiva umidade do solo e do ar, impedindo que os produtores gaúchos executassem, de modo adequado, o manejo das lavouras e pastagens.

De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, em diversas áreas das regiões Centro-Norte e Leste do Estado, as culturas mais afetadas foram o trigo, o milho e o feijão, além dos hortigranjeiros. A primeira, por se encontrar no início da floração, quando a ocorrência de condições adversas tende a prejudicar a polinização e a formação do grão. Para as demais, que se encontram em fase de plantio, o prejuízo está na necessidade de replantio de algumas áreas, com reposição de insumos e de sementes, aumentando o custo de formação das lavouras.

Devido aos elevados volumes de chuva registrados nas últimas semanas, os mananciais hídricos estão acima dos níveis considerados normais, afastando problemas no fornecimento de água para a população, animais e irrigação. No que tange às pastagens, a boa umidade do solo, aliada às temperaturas mais amenas em determinados momentos, tem propiciado uma boa recuperação na capacidade de suporte das espécies nativas e exóticas.

No trigo, a evolução da safra 2009 segue com pequenos percalços devido às condições climáticas. "No início, a falta de umidade adequada atrasou em parte o plantio; agora é o excesso de umidade que atrapalha o bom desenvolvimento das lavouras", explicou a diretora técnica da Emater/RS, Águeda Marcéi Mezomo. Devido à alta umidade, as lavouras começam a apresentar sinais de infestação por doenças fúngicas. Os fortes e recentes ventos também contribuíram para a piora nas condições de algumas lavouras, pelo acamamento das plantas. A quantificação dos prejuízos, só será possível daqui a alguns dias, uma vez que os sintomas só se manifestam depois de uma ou duas semanas. Atualmente, 9% das lavouras de trigo estão em enchimento de grãos, 27% estão em floração e 64% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo.

Para o milho, o excesso de umidade no solo impediu um avanço significativo no plantio, mantendo um atraso de 11 pontos percentuais em relação à média histórica e alcançando apenas 20% da área prevista. Em determinadas zonas do Centro-Norte do Estado, algumas lavouras de milho e também de feijão deverão ser replantadas. Essa situação é mais frequente em lavouras plantadas pelo método tradicional de lavração/gradagem e com pouca cobertura de matéria verde.

HORTIGRANJEIROS E CITRUS

No Estado, o volume de chuvas permite o restabelecimento dos níveis de água dos reservatórios, para o uso na irrigação das hortas e pomares. Por outro lado, o excesso de umidade favorece o desenvolvimento de doenças fúngicas, especialmente para as cultivares precoces das frutíferas de clima temperado (maçã, pêra, pêssego, ameixa, nectarina etc.), que estão no estágio de floração.

Citricultura: A redução do período de colheita das frutas cítricas de ciclo tardio já se faz notar em muitas regiões do Estado, especialmente nas regiões de clima mais quente, como o Vale do Caí. Esta redução é devido à ocorrência de geadas nos meses de julho e agosto, que causaram a queda precoce de frutas e o encurtamento do período de colheita das bergamotas e laranjas tardias. As chuvas da primeira semana de setembro prejudicaram a colheita e têm contribuído ainda mais para a redução desse período.

Estão em fase de colheita as bergamotas Murcott, com 40% das frutas colhidas, e a variedade Montenegrina, fruta com maior área de cultivo na região do Vale do Caí e principal fruta de exportação, com 55% das frutas já colhidas. O término da colheita da cultivar Montenegrina está previsto para este mês de setembro. Em anos anteriores, a colheita se prolongava até a primeira quinzena de outubro.

Entre as laranjas, caminha para o final a colheita da variedade Céu Tardia, restando apenas 5% das frutas para serem colhidas. Estão em plena colheita a Umbigo Monte Parnaso, com 60% das frutas colhidas, e a Valência para consumo ao natural (fruta de mesa), com 45%. A lima ácida Tahiti (limão da caipirinha), que tem floração todo o ano, mas que concentra a colheita no período de junho a agosto, está encerrando.

Ao mesmo tempo que ocorre a colheita das frutas cítricas das variedades tardias, todas as demais espécies de frutas cítricas estão em plena floração, que dará origem a safra do próximo ano. Além da colheita, os citricultores realizam tratamentos preventivos para o controle de doenças nos pomares em floração, onde a colheita já foi encerrada.

Adriane Bertoglio Rodrigues

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

51-2125-3104 /

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro