Rotam capta R$ 19 milhões com primeira emissão de CRA

Animada com sua estreia no mercado de capitais, empresa já planeja mais operação de Certificados de Recebíveis do Agronegócio

22.10.2019 | 20:59 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

A Rotam CropScience, companhia global que opera nos setores de defensivos agrícolas, com sede em Hong Kong e polo de fabricação na China, captou R$ 19.149.000 milhão em sua estreia no mercado de capitais com a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

A operação foi estruturada pela securitizadora VERT, sediada na capital paulista, com prazo esperado de três anos e dois meses, sem rating ou seguro de crédito. A distribuição dos papéis ocorreu via Instrução Normativa CVM nº. 476, com a XP Investimentos no papel de coordenador líder.

Os recebíveis da Rotam, cedidos à VERT, foram empacotados e oferecidos a investidores em duas séries: a sênior, com remuneração de CDI + 2,5% a.a., e a Mezanino A, remunerado a CDI + 8%. A cota subordinada foi subscrita pela própria companhia. “Essa primeira emissão foi um teste que nos trouxe muitos aprendizados. Nosso objetivo é captar novamente em breve e com novas estruturas”, diz a Gerente de Finanças e Contabilidade da Rotam, Andreza Percechitto.

A opção pelo CRA, segundo ela, veio de um alinhamento estratégico global da companhia: reduzir o prazo de recebimento das vendas sem encurtar o prazo oferecido aos clientes. “Isso é muito importante, sobretudo no Brasil, onde a indústria é um forte agente de financiamento dos produtores rurais”, acrescenta a gerente de finanças da Rotam.

Na avaliação de Felipe Rogado, sócio da VERT, a tendência de empresas com o perfil da Rotam é começar com um volume menor e aumentá-lo nas operações seguintes. “Certamente o próximo CRA da empresa será maior. O mercado passa a conhecer e confiar mais no business, o que facilita a colocação dos papéis”.

O CRA Rotam não contou com seguro de crédito nem classificação de risco por agências de rating. “Entre outros motivos, acredito que foi possível porque já temos um nível de governança forte, com um compliance desenvolvido e estamos comprometidos com a transparência esperada pelo mercado”, afirma Andreza.

Saiba mais

Os CRAs são títulos de renda fixa lastreados em recebíveis abrangendo financiamentos ou empréstimos relacionados à produção, à comercialização, ao beneficiamento ou à industrialização de produtos, insumos agropecuários ou máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária.

Nessas operações, as empresas cedem seus recebíveis para uma securitizadora, que emitirá os CRAs e os disponibilizará para negociação no mercado de capitais, geralmente com o auxílio de uma instituição financeira. Por fim, essa securitizadora irá pagar a empresa pelos recebíveis cedidos. Desse modo, a empresa conseguirá antecipar o recebimento de seus recebíveis.

Por se tratar de um investimento em renda fixa, entre suas vantagens, o investidor tem a previsão do fluxo de caixa das remunerações e amortizações do título. Além disso, o regime fiduciário garante a segregação do risco da emissora, ou seja, caso a securitizadora tenha dificuldades financeiras, o fluxo de pagamento para 

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