Rabobank aponta avanço na moagem de cana no Centro-Sul

Safra 2025/26 deve encerrar abaixo de 600 milhões de toneladas, com maior foco na produção de açúcar

26.08.2025 | 16:27 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Manuela Pestana

O Rabobank Brasil divulgou a atualização mensal sobre o mercado de cana-de-açúcar, elaborada por Andy Duff, analista setorial da commodity. O estudo mostra que até o final de julho o total de cana moída no Centro-Sul na safra 2025/26 alcançou 306 milhões de toneladas, o que representa mais da metade da colheita prevista para o ciclo. As principais projeções para a safra já indicam um volume total abaixo de 600 milhões de toneladas.

Segundo o levantamento, os resultados até o momento apontam para um nível relativamente baixo de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana, com média acumulada 4,6% inferior ao registrado no mesmo período de 2024. Por outro lado, a destinação da matéria-prima para a produção de açúcar tem atingido níveis recordes, ultrapassando 54% na segunda quinzena de julho. O movimento reflete o investimento em nova capacidade de cristalização realizado pelas usinas nos últimos anos.

Gráfico 1: moagem de cana-de-açúcar (milhões de toneladas); gráfico 2: qualidade da cana-de-açúcar (kg de ATR/tonelada de cana)
Gráfico 1: moagem de cana-de-açúcar (milhões de toneladas); gráfico 2: qualidade da cana-de-açúcar (kg de ATR/tonelada de cana)

No mercado, os preços do açúcar no físico vêm apresentando estabilidade, enquanto o etanol mostra valorização, comportamento atípico em meio ao pico da safra. A alta é explicada, em parte, pelo aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, que passou de 27% para 30% em 1º de agosto, além das perspectivas mais restritas de oferta do biocombustível. O Rabobank projeta que a produção de etanol de cana em 2025/26 fique em 3,5 bilhões de litros, cerca de 4 bilhões de litros a menos que o registrado em 2024/25.

Gráfico 3: cana utilizada para açúcar (%); gráfico 4: produção de ATR (milhões de toneladas)
Gráfico 3: cana utilizada para açúcar (%); gráfico 4: produção de ATR (milhões de toneladas)

Para o banco, o maior ponto de atenção agora é a evolução dos preços da gasolina. Caso os valores internacionais de energia continuem em queda e o câmbio siga estável ou apresente valorização do real frente ao dólar, pode haver espaço para nova redução nos preços domésticos do combustível.

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