Foi aberta a colheita do trigo no Rio Grande do Sul
Até o momento, as máquinas já colheram mais de 5%, aproximadamente 60 mil hectares de uma produção estimada pela Emater/RS-Ascar em 3,59 milhões de toneladas
O convênio criado para proporcionar a melhoria da qualidade do parque feijoeiro de Minas Gerais disponibilizou quatro novas cultivares de feijão mais resistentes a patógenos e compatíveis com as demandas dos produtores e consumidores do estado. A previsão é que as sementes das cultivares BRSMG Amuleto (grãos tipo carioca), BRSMG Marte (grãos vermelhos), BRSMG Zape (grãos tipo carioca) e BRSMG Uai (grãos tipo carioca) estejam disponíveis no mercado nos próximos anos.
As quatro novas cultivares são resultados de pesquisas da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Embrapa Arroz e Feijão. De acordo com o pesquisador da EPAMIG, Fábio Aurélio Martins, a ideia das pesquisas em conjunto surgiu da necessidade de concentrar esforços, antes realizados separadamente, de modo a agilizar o processo de recomendação de cultivares de feijão em Minas.
"O melhoramento genético de feijão busca avanços constantes, com plantas mais produtivas, resistentes a doenças e com melhor qualidade de grãos. Na atualidade, há uma grande demanda dos produtores por cultivares de porte ereto e grãos com bom aspecto comercial. Nosso objetivo é disponibilizar para esses produtores cultivares de feijão com estas e outras características de interesse", destaca Fábio.
O feijão carioca é o tipo comercial mais produzido e comercializado no Brasil. A cultivar BRSMG Amuleto, de grãos do tipo carioca, é proveniente do 12º ciclo de seleção recorrente do programa de melhoramento da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e, junto a outras linhagens e algumas cultivares comerciais, foi avaliada nos ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) no período de 2016 a 2018 pela EPAMIG, UFV, UFLA e Embrapa Arroz e Feijão.
Fábio Aurélio destaca que a avaliação de novas linhagens nos ensaios VCU é uma exigência do Ministério da Agricultura para se recomendar uma nova cultivar de feijão. O pesquisador explica que os ensaios são realizados em comparação com diversas linhagens de testemunhas, além de cultivares já utilizadas e consagradas nas mesas dos consumidores.
No total, os ensaios de VCU com a cultivar BRSMG Amuleto foram conduzidos em 47 ambientes nos estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás e também no Distrito Federal. A cultivar se destaca em quesitos como potencial de produção e aspecto comercial dos grãos.
A cultivar BRSMG Marte é proveniente de uma seleção de Linha Pura na linhagem SER 198, introduzida pela UFV a partir do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), localizado na Colômbia.
Vale destacar que a linhagem possui grãos vermelhos brilhantes, semelhantes aos feijões vermelhos cultivados na Zona da Mata mineira, além de resistência à mancha-angular e arquitetura ereta da planta. Segundo o melhorista da Embrapa Arroz e Feijão, Leonardo Melo, o porte ereto é uma característica importante quando se trata de colheita mecânica.
De 2016 a 2018, a cultivar BRSMG Marte foi avaliada nos ensaios de VCU pelas instituições que compõem o Convênio de Minas. No total, 42 experimentos foram contabilizados em ambientes distintos como Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás e no Distrito Federal.
A cultivar BRSMG Zape, de grãos tipo carioca, é originária do segundo ciclo de Seleção Recorrente do programa de melhoramento da UFV. Em um primeiro momento, os experimentos ocorreram nos municípios de Viçosa e Coimbra (MG). Nas avaliações preliminares, foram destacados pontos positivos como potencial de produção, aspecto comercial dos grãos e resistência à murcha-de-fusário.
De 2013 a 2015, a cultivar foi avaliada junto a outras linhagens e cultivares testemunhas, nos ensaios de VCU. Os experimentos foram conduzidos pela EPAMIG, UFLA, UFV e Embrapa Arroz e Feijão em 47 ambientes em Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás e no Distrito Federal.
Os trabalhos para obtenção e avaliação da cultivar BRSMG Uai foram iniciados em 2001. A cultivar foi obtida pelo método de hibridação em um programa de Seleção Recorrente com foco em grãos tipo carioca, com arquitetura ereta de planta e boa produtividade.
Nas avaliações da arquitetura da planta e tolerância ao acamamento, por meio de escala de notas, a cultivar BRSMG Uai apresentou desempenho superior ao da cultivar BRS Estilo, que também dispõe de planta com arquitetura ereta e já é recomendada e bem aceita para cultivo no Brasil. Por apresentar plantas e vagens mais altas em relação ao solo, a BRSMG Uai é adaptada à colheita mecânica direta, o que proporciona menores perdas durante o processo.
Em casa de vegetação, a cultivar apresentou resistência às raças 65, 73, 81 e 89 de antracnose, as mais frequentemente encontradas em lavouras de feijão de todo o país. Também em condições controladas, apresentou resistência ao vírus do mosaico comum. Já nas avaliações realizadas em campo, a cultivar foi suscetível à mancha-angular, e sob condições de alta infestação, apresentou resistência moderada à murcha-de-fusário.
As sementes das cultivares BRSMG Amuleto, BRSMG Marte e BRSMG Zape ainda não estão disponíveis no mercado. Segundo informações das instituições que compõem o Convênio, a previsão é que haja disponibilidade de sementes a partir de 2023.
Além disso, estima-se a produção de doze toneladas de sementes básicas da cultivar BRSMG Uai, em parceria com a Sementes JHS. O próximo passo será licenciar produtores de sementes certificadas e fazer o lançamento comercial da cultivar. Esses processos finais serão realizados em conjunto pela EPAMIG, UFV, UFLA e Embrapa.
A EPAMIG comercializa sementes de outras cultivares de feijão e demais produtos agropecuários. Os contatos para aquisição e mais informações são: asagro@epamig.br, (31) 99564-0855. A empresa é uma vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
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