"Agroenergia em cursi" e inauguração de usina levam jornalistas ao MS

07.05.2013 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Unica

Na atual conjuntura do setor sucroenergético nacional, inaugurações de novas usinas se tornaram algo muito raro. Por isso, o lançamento oficial de uma nova unidade, construída por uma das principais empresas produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul, a Adecoagro, acabou se tornando uma das principais atrações da segunda edição do “Agroenergia em Curso – Programa de Aperfeiçoamento sobre o Setor Sucroenergético,” iniciativa do Projeto AGORA que reuniu 17 jornalistas de diversas regiões do País em Mato Grosso do Sul nos dias 25 e 26 de abril.

Em parceria com a Adecoagro, os jornalistas tiveram a oportunidade de visitar uma região inserida na chamada nova fronteira de expansão da cana-de-açúcar. A programação incluiu uma série de palestras sobre temas atuais, conduzidas por alguns dos mais renomados especialistas do setor sucroenergético nacional. No segundo dia, o grupo participou da inauguração da nova usina da Adecoagro no município de Ivinhema/MS, realizando visitas às atividades agrícolas e industriais da unidade, que tem capacidade para processar até seis milhões de toneladas de cana por safra, além de cogerar em torno de 115 MW de bioeletricidade.

As visitas ao canavial e à usina, acompanhadas também por um grupo de investidores da Adecoagro, foram os momentos mais produtivos e elogiados pelos jornalistas devido à forte interação com representantes do setor. Entre os participantes estavam o diretor da Adecoagro no Brasil, Marcelo Vieira e a diretora-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elisabeth Farina. A UNICA é uma das 10 entidades e cinco empresas parceiras do Projeto AGORA, organizador do Agroenergia em Curso.

O colunista de economia da Folha de S.Paulo, Mauro Zafalon, que já possui ampla experiência cobrindo o setor, aproveitou a ocasião para acompanhar as novas tecnologias que estão sendo utilizadas na usina e ampliar seu relacionamento com os especialistas. “A iniciativa do Projeto AGORA é importante por seu aspecto educacional. Conhecer o funcionamento de uma usina e conversar com seus empresários e colaboradores proporciona ao jornalista uma base mais aprofundada no momento de escrever um texto,” disse.

“A ideia de reunir jornalistas, especialistas, investidores e executivos do setor é algo que deve se repetir mais vezes. Quanto mais nos aproximarmos dos assuntos do agronegócio, com mais eficiência passaremos as informações para nossos telespectadores. É fundamental também para o jornalista trocar experiências com colegas de outros veículos e ouvir especialistas, que enriquecem o conteúdo e nos ajudam a entender melhor como a máquina funciona,” explica Marcio Fernandes, do Canal Rural.

Para Juliana Sampaio, da Folha de Pernambuco, o Agroenergia em Curso permite aos jornalistas, independentemente de seu estado de atuação, um contato mais amplo com representantes do setor de todo Brasil. “Em Pernambuco estamos passando por um momento de seca, com a redução de quase 50% da safra de cana. É interessante ver esse contraponto, pois no Mato Grosso do Sul a safra apresenta boas perspectivas,” afirmou.

“Este encontro voltado para jornalistas é uma boa oportunidade para nós, que escrevemos sobre o setor, conhecermos profundamente a realidade, as necessidades e os gargalos do setor,” finaliza André Passos, do jornal O Hoje/GO.

O presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (BioSul), Roberto Hollanda, abriu os trabalhos do Agroenergia em Curso mostrando o cenário do estado, que hoje ocupa a quinta posição em processamento de cana e a terceira em produção de etanol hidratado do Brasil.

O tema “Mercado Interno e Impactos Positivos” foi abordado pelo diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, que discorreu sobre assuntos como a safra 2012/2013, o comportamento dos preços do etanol hidratado e da gasolina C no Brasil, as perspectivas para a matriz de combustíveis do País e as consequências da importação de gasolina.

Já o professor da FEA/USP, Marcos Fava Neves, cobriu o tema “Matriz Energética e Medidas de Longo Prazo”, mostrando projeções da balança comercial e do agronegócio brasileiro e destacando o forte crescimento do consumo no mundo e as oportunidades que se abrem diante desse cenário para países que melhor conseguirem administrar recursos vitais: terra, água, pessoas e educação, tecnologia, informação, conectividade, instituições, crédito, capacidade de gestão, transporte e armazenagem.

“O evento mais uma vez foi um sucesso. Na primeira edição, 25 jornalistas participaram, ou seja, quase 50 profissionais hoje têm um conhecimento muito maior do setor graças a essa iniciativa de transferir conhecimento para eles e ajudá-los a entender todas as nuances do setor,” disse Marcos Fava Neves, que também participou da primeira edição do Agroenergia.

O consultor de Emissões e Tecnologia da UNICA, Alfred Szwarc, abordou o tema “Etanol Celulósico e Novas Tecnologias” com foco no mercado global de biocombustíveis, o potencial do etanol de segunda geração no Brasil, as emissões evitadas de gases do efeito estufa (GEEs) com o uso de etanol de cana e as principais inovações tecnológicas.

Completando as apresentações, o gerente de Sustentabilidade da UNICA, Luiz Amaral, analisou a evolução no consumo mundial do açúcar e do etanol e as exportações brasileiras dentro do tema “Mercado Externo e Sustentabilidade.” Além de mostrar o mapa mundial de produção de cana e o volume de exportações, ele também detalhou a Diretiva Europeia para promoção de energias renováveis e o desempenho ambiental do etanol, entre outros aspectos.

Concluíram os trabalhos o presidente da Adecoagro para a América do Sul, Mariano Bosch, e o principal executivo da empresa no Brasil, Marcelo Vieira, com uma apresentação sobre a nova unidade inaugurada em Ivinhema, e a secretária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina da Costa Dias.

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