Confirmada a presença do Governador do Estado do Tocantins no ENTEC$ 2012
Com o plantio de trigo já iniciado para a safra 2012 no Rio Grande do Sul, uma preocupação volta à tona depois de alguns anos: o uso de baixa tecnologia. A quebra na safra de verão e o preço dos insumos são fatores que estão fazendo alguns produtores pensar em não investir no trigo, mas isso não é a medida correta a se fazer. Segundo o gerente de Abastecimento de Trigo da J. Macêdo S/A, Irineu José Pedrollo, também agrônomo e produtor rural, se a redução no investimento (custo de lavoura) for resultado de progresso tecnológico ela significa aumento da competitividade e é bem vinda, mas se a redução no investimento for medida imediatista de administração de caixa, abrindo mão da tecnologia disponível, estará se comprometendo qualidade e produtividade. “Estaremos perigosamente voltando ao caminho que quase acabou com a cultura do trigo no Rio Grande do Sul”, pontua Pedrollo.
Com certeza isso não vai acontecer na propriedade do agricultor Sandro Denílson Mariotti, em Santo Augusto, na região Noroeste do Estado. “Será o nosso maior investimento da história na triticultura”, resume. Nos 500 hectares onde vai semear trigo ele fará adubação de sistema utilizando fontes de fósforo e potássio, com isso pretende chegar as mais de 70 sacas por hectare colhidas ano passado. “A segregação é o nosso grande diferencial, por isso temos uma ótima liquidez com o trigo que é a melhor opção para o inverno”, destaca Mariotti. De acordo com o gerente Comercial da Biotrigo Genética, Lorenzo Mattioni Viecili, trigo segregado tem identidade, ou seja, mais liquidez. “Trigos não segregados tem tendência a ser reconhecido como commodities. A maioria dos moinhos tem preferência por trigos segregados”, aponta Viecili, lembrando que o uso da tecnologia atual também tem garantido a estabilidade dos rendimentos.
Pedrollo garante que a maneira para reverter às perdas geradas no verão é manter o padrão agronômico da safra de trigo passada, que foi a maior e melhor registrada no Rio Grande do Sul, e seguir o caminho da melhoria progressiva da qualidade do grão. “Para o Rio Grande, que tem oportunidade de fazer duas safras anuais, mas não tem a opção do milho safrinha, o trigo é a cultura chave para agregar valor no inverno, como parte do sistema de produção da propriedade. O trigo não pode ser analisado como cultura isolada, mas sim dentro de um sistema de produção. Também não deve ser visto como o redentor de um ano difícil”, explica o gerente de Abastecimento de Trigo da J. Macêdo S/A.
De acordo com Pedrollo, o produtor busca rentabilidade e liquidez na atividade. A rentabilidade depende de produtividade e dos preços pagos e recebidos, já a liquidez depende basicamente da qualidade. “Manter e ampliar as conquistas de espaço do trigo gaúcho nos mercados externo e interno deve ser o grande objetivo da cadeia de produção”, garante.
A triticultura no RS voltou a crescer com sua transformação em exportadora. Segundo Pedrollo, nos primeiros anos de exportação o trigo foi usado para ração animal. Agora começa a encontrar espaço no mercado de moagem, em disputas difíceis com países tradicionais exportadores que tem um padrão de qualidade definido e baixo custo de produção. Baixar o padrão de produção agora, ameaça a rentabilidade e a liquidez, além de colocar em risco o espaço recém conquistado no exterior.
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