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A Embrapa Agroenergia (DF) finalizou um importante estudo que resultou no Inventário do Ciclo de Vida (ICV) da canola para a Região Sul do País, onde está concentrada a produção nacional da oleaginosa. O trabalho foi realizado em parceria com a Embrapa Trigo (RS), com a Universidade de Brasília (UnB) e contou com participação do setor privado, representado pela Celena Alimentos e pela Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola).
Inédito para a cultura da canola no Brasil, o levantamento e a avaliação dos dados, que resultou no ICV consideraram tanto a produção de grãos (fase agrícola) quanto o seu beneficiamento para a produção do óleo e do farelo (fase industrial), principais produtos da cadeia.
“A estruturação do Inventário do Ciclo de Vida é uma etapa muito importante e indispensável para definir os estudos, como a Avaliação do Ciclo de Vida, que visam definir o desempenho ambiental de produtos e avaliar os impactos ambientais potenciais”, explica o pesquisador da Embrapa Agroenergia Alexandre Cardoso, líder do projeto.
Ele acrescenta que a busca por sistemas de produção mais sustentáveis vem crescendo e, considerando a participação do agronegócio brasileiro no mercado mundial, é de suma importância avaliar o desempenho ambiental dos produtos nos sistemas de produção brasileiros. Isso porque cada vez mais países levam em consideração questões ambientais para estabelecer barreiras não-tarifárias, a fim de restringir o comércio de produtos que não comprovem serem oriundos de um sistema produtivo sustentável.
Ao justificar a escolha da canola, o pesquisador explica que ela é a terceira oleaginosa com maior volume de produção no mundo e que ainda não havia ICV para a cultura nas condições brasileiras, que diferem muito do cultivo realizado em outros países.
A proposta foi contemplada com recursos de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (CNPq/MCTI) para produção de ICVs de produtos nacionais, visando disponibilizar os resultados para o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil).
“Embora a sua produção ainda seja pequena no Brasil, a cultura vem demonstrando potencial de expansão para a Região Centro-Oeste, representando uma alternativa para complementar o mercado de óleos vegetais do País”, avalia o pesquisador.
Em 2021, a cultura foi trazida para o Cerrado brasileiro por meio do projeto Procanola, liderado pelo pesquisador Bruno Laviola, da Embrapa Agroenergia. Dados preliminares demonstram que o plantio no Distrito Federal alcançou produtividade média de 2 mil quilos por hectare, valor acima da média brasileira, que é de 1,4 mil kg/ha, mesmo com o baixo índice pluviométrico do plantio à colheita.
“A ideia é expandir os estudos com a mesma abordagem para a elaboração dos ICVs para cultivo em sequeiro e irrigado na Região Centro-Oeste, com foco numa abordagem de produção de baixo carbono de óleo e proteína vegetal”, prevê Laviola.
As principais bases de dados atualmente disponíveis são internacionais e, embora incluam um grande número de processos, ainda são poucos os que representam condições brasileiras, o que pode acarretar potenciais distorções nas análises e comparações por meio da ACV.
“Considerando a extensão do território brasileiro, a geração de inventários nacionais e regionalizados para os produtos e disponibilização no Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil) e bancos de dados internacionais requerem esforço contínuo e investimentos”, frisa Cardoso.
“A disponibilização do ICV da canola, após a validação pela equipe do SICV Brasil, é oportuna no atual contexto de introdução dessa oleaginosa como cultura de segunda safra na Região Centro-Oeste. Abre-se a possibilidade de demonstrar a sustentabilidade da expansão de oferta de óleos vegetais no Brasil nos próximos anos”, analisa a economista e pesquisadora da Embrapa Rosana Guiducci.
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