Projeto Climapest estuda radiação ultravioleta em soja e morango

Os estudos são apresentados nesta quarta, 26/06, no Simpósio Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura

26.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Cristina Tordin​

O projeto Climapest foi concebido para conduzir estudos das alterações previstas de mudanças climáticas sobre importantes culturas agrícolas, conforme a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Rosa Frighetto. Foram considerados nos estudos o aumento da temperatura, da concentração de dióxido de carbono, da radiação ultravioleta-B, além de períodos de seca e chuva, dentre as variáveis climáticas. Esses estudos são apresentados nesta quarta, 26 de junho, no Simpósio Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura, no Instituto Agronômico – IAC, Campinas, SP.

O enfoque do projeto foi saber como as alterações dessas variáveis influenciariam nas respostas das principais culturas agrícolas nas condições climáticas e sobre os problemas fitossanitários associados, além da distribuição geográfica e temporal desses problemas atrelados a cada cultura.

Por que preocupamos com a radiação ultravioleta-B especificamente? Esta radiação, apesar de ser absorvida pelo ozônio, apresenta enorme efeito biológico, e em intensidade crescente como tem sido observada é altamente prejudicial. Três estruturas que permitem simular o aumento da radiação UV-B, de forma automatizada, foram construídas e instaladas nas áreas experimentais da Embrapa Meio Ambiente e da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goias, GO).

Duas variedades de soja e uma de morango foram avaliadas na Unidade Meio Ambiente quanto ao desenvolvimento, fixação de nitrogênio, compostos fenólicos e as enzimas envolvidas na defesa da planta, além das comunidades microbianas habitantes das filosferas - superfície das folhas das plantas. "Preocupados com o futuro do controle biológico, explica a pesquisadora, também foram avaliados alguns organismos em condições de UV-B aumentado, concluindo-se que alguns isolados demonstraram maior sensibilidade que outros e que os estádios de desenvolvimento da germinação apresentam sensibilidade diferenciada, sendo maior o efeito da radiação sobre o crescimento e a capacidade antagônica quanto menor a concentração de esporos".

"Para dar conta do enorme desafio do projeto como um todo, o trabalho foi coordenado pela pesquisadora Raquel Ghini (in memoriam) que, com dedicação e organização que lhe era peculiar, soube conduzir com maestria e alcançar importantes metas para o tema mudanças climáticas e a agricultura no Brasil", enfatiza Frighetto.

"Nesse período, complementa a pesquisadora, a equipe alcançou um robusto número de resultados que mais tarde apoiariam no delineamento das estratégias de adaptação das culturas agrícolas às mudanças previstas. Foram publicados diversos artigos científicos em revistas internacionais e nacionais, dissertações e teses defendidas, artigos publicados em eventos científicos, e abriram-se caminhos para novas pesquisas sobre adaptação e mitigação a mudanças climáticas na agricultura".

Os coordenadores do Simpósio são os pesquisadores Emília Hamada e Wagner Bettiol da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e Francislene Angelotti da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE).

A programação completa e o formulário para inscrições, gratuitas, podem ser acessadas no link.

Serviço 

Local: Espaço Solos do Brasil – Instituto Agronômico - IAC 

Av. Barão de Itapura, 1.481, Botafogo Campinas, SP


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