​Programa IAC/QUEPIA debate na Espanha a segurança de vestimentas usadas na aplicação de defensivos

CEA/ IAC exporta a países agrícolas o conhecimento que deu origem ao Selo IAC/QUEPIA, certificação de qualidade atribuída a vestimentas feitas no Brasil

31.10.2016 | 21:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Os pesquisadores Hamilton Ramos e Viviane Ramos, do Programa IAC/QUEPIA de Qualidade de Equipamentos de Proteção na Agricultura (EPIs), apresentaram em Sevilha, na Espanha, a pesquisadores de todo o mundo, o resultado de ensaios desenvolvidos no Brasil para avaliar vestimentas empregadas na aplicação de defensivos. Os cientistas brasileiros propõem uma revisão dos protocolos da Norma ISO 27065, a diretriz-base global para a certificação de qualidade dessas roupas.

Sevilha sediou até o último sábado a reunião anual do Consórcio Internacional de EPIs. Além do Brasil, a entidade é formada por cientistas da Alemanha, França, Inglaterra, do Canadá e dos Estados Unidos, entre outros países.

De acordo com o pesquisador Hamilton Ramos, o Programa IAC/QUEPIA completou 10 anos de atividades em 2016. Foi criado especialmente para prover segurança ao trabalhador rural. O órgão, enfatiza Ramos, desenvolveu ao longo de uma década um conjunto de metodologias inédito, para testar condições de segurança e padrões de qualidade de vestimentas de proteção agrícola.

Do trabalho dos pesquisadores do IAC, ressalta Ramos, surgiu o Selo de Qualidade IAC/QUEPIA, conferido aos fabricantes brasileiros de vestimentas que aceitam submeter seus produtos ao rigor das metodologias implantadas pelos pesquisadores do IAC. O Programa IAC/QUEPIA funciona nas dependências do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA/IAC), localizado em Jundiaí, no interior de São Paulo. O CEA/IAC é um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP.

Hamilton Ramos afirma que a atuação do Programa IAC/QUEPIA contribuiu para o Brasil tornar-se pioneiro na elaboração de uma legislação específica, ancorada nas normas da ISO, com vistas à proteção do trabalhador rural aplicador de defensivos. Segundo o pesquisador, cerca de 2 milhões de pessoas exercem essa atividade no Brasil.

“Nos dias de hoje, há vários países interessados em adotar os ensaios de qualidade que desenvolvemos no âmbito do Programa IAC/QUEPIA”, ressalta Ramos. “No evento de Sevilha, apresentamos os materiais e equipamentos usados em nosso laboratório. Definimos, ainda, junto aos demais países participantes, as metas de pesquisas para o próximo ano”, resume ele. Hamilton Ramos figura hoje entre as referências mundiais da pesquisa aplicada ao manejo de defensivos. Seu trabalho abrange desde o desenvolvimento de tecnologias visando o uso correto e seguro desses produtos até a segurança do trabalhador rural que atua na pulverização de lavouras.

Financiado por meio de uma parceria com o setor privado, o Programa IAC/QUEPIA mantém hoje na cidade de Jundiaí um dos poucos laboratórios do mundo, único no Brasil, apto a realizar todos os testes de segurança exigidos atualmente pela Norma ISO 27065.

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