Software rastreia sementes para beneficiar produtores e agricultores
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Entre os dias 11 e 17 de dezembro, uma comitiva composta por pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) e por professores de diversas universidades brasileiras, além de representantes da iniciativa privada, participou de uma visita técnica sobre produção de sementes de hortaliças na região de Santiago, no Chile.
Organizada pelo pesquisador Warley Nascimento, da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), em parceria com o professor Samuel Contreras, da Pontifícia Universidade Católica do Chile, o objetivo da visita técnica foi intermediar o contato dos profissionais brasileiros com empresas chilenas e multinacionais de sementes a partir de visitas a campos de produção, laboratórios de pesquisa, Unidades de Beneficiamento, viveiros de mudas e áreas de cultivo protegido. Algumas empresas visitadas foram: PIGA Seeds, Homefarm de Seminis, Syngenta, Semillas Altue, Viveiro Los Olmos e Seminis.
"A proposta foi conhecer a experiência bem-sucedida do Chile para analisar como podemos fomentar a produção de sementes de hortaliças no Brasil, que hoje importa mais de 70% desse insumo", constata Nascimento ao ressaltar que o país vizinho é um dos principais exportadores de sementes de hortaliças do mundo devido às condições como clima ameno, baixa incidência de pragas e custos de produção mais baixos.
Para o professor Paulo César Tavares de Melo, da Universidade de São Paulo (USP), além das condições ambientais favoráveis, o Chile também se destaca pelo profissionalismo empregado nessa atividade econômica. "Há um modelo de negócio muito interessante que é a prestação de serviço na área de produção de sementes, com contrato firmado entre as empresas, mão de obra bem treinada e uma relação muito grande de confiança no resultado", enumera.
O pesquisador Jadir Pinheiro, da Embrapa Hortaliças, concorda: "as empresas chilenas de produção de sementes de hortaliças seguem processos bem consolidados, possuem um rígido padrão de qualidade e executam com eficiência a entrega dos seus resultados".
Em geral, os participantes da visita técnica também foram uníssonos quanto às instalações altamente sofisticadas das empresas chilenas ou, quando mais simples, ainda assim muito funcionais. "O grande mérito foi a qualidade das empresas visitadas que justificam o papel que o Chile ocupa na produção de sementes de hortaliças", aponta o professor Fernando Sala, da Universidade de São Carlos (UFSCAR), ao comentar que o Brasil tem um bom exemplo para seguir.
Na opinião do pesquisador Ítalo Guedes, chefe-adjunto de P&D da Embrapa Hortaliças, um caminho para promover avanços nesse setor no nosso país é partir da experiência positiva dessa visita para estabelecer uma rede de contatos e estudar possíveis parcerias entre instituições e empresas. "Precisamos aproximar a Embrapa do setor produtivo brasileiro", assinala.
O estreitamento dos vínculos e a troca de aprendizados, com o objetivo de promover o mercado de sementes de hortaliças com melhor aporte tecnológico no Brasil, também norteou a fala da agrônoma Monita Abreu-Tarazi, da empresa Vivati Plant Breeding, com sedes em Abadia de Goiás (GO) e Zacarias (SP). "Como representante de uma empresa que está fazendo seus investimentos diretamente na produção de sementes de hortaliças no Brasil, fiquei extremamente satisfeita com a oportunidade de conhecer a alta tecnologia adotada no Chile e estabelecer contatos com empresas de renome internacional e colegas que atuam na área", registra.
Na programação, além das visitas às empresas, também foi ministrada uma palestra sobre o panorama da produção de sementes de hortaliças no Chile, com o professor Samuel Contreras.
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