Dia de Campo Institucional na Embrapa
Proposta chamada Programa Portas Abertas é a busca de autoconhecimento,e suas potencialidades, como Empresa de pesquisa
Uma comitiva norte-americana, formada por produtores de milho e representantes de entidades ligados à cadeia de grãos de Ohio, Nebraska, Iowa e de Illinois, visitou a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), em 8 de dezembro. O objetivo foi conhecer as pesquisas relacionadas à Análise de Ciclo de Vida (ACV) da produção de etanol de cana-de-açúcar e milho.
A pesquisadora Marilia Ieda Folegatti lidera uma rede de pesquisa em ACV na Embrapa que abriga diversos projetos com foco em ACV, seja no processo de desenvolvimento tecnológico ou na avaliação de commodities de aptidão para a exportação.
A ACV permite uma análise científica sobre as questões ambientais relativas a um determinado produto ou processo, capaz de excluir a visão rasa do impacto gerado na produção. Auxilia, por meio de um conjunto de informações, no processo de tomada de decisão que permite tornar os processos produtivos mais limpos, além de viabilizar a salvaguarda dos produtos agrícolas do País no mercado externo.
Também participaram pela Embrapa Meio Ambiente o pesquisador Celso Manzatto, coordenador da Plataforma ABC, a pesquisadora Paula Parker e o pesquisador André May (Embrapa Milho e Sorgo).
Conforme explicou Marcelo Morandi, Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente, entender e quantificar os impactos e benefícios econômicos, sociais e ambientais das cadeias agrícolas ligadas aos biocombustíveis é um importante desafio que a Embrapa e seus parceiros têm encarado. Neste contexto, a ACV tem sido utilizada, por permitir uma visão ampliada do processo e por ser uma ferramenta reconhecida internacionalmente.
Conforme destacou Morandi, a visita da comitiva americana e o interesse em conhecer as pesquisas de avaliação de impactos ambientais realizados pela Embrapa foi uma oportunidade ímpar de destacar a qualidade e a sustentabilidade de nossa agricultura, com especial foco nas culturas energéticas.
O grupo americano também buscou conhecer as experiências e o know-how da agricultura brasileira relacionadas à bioenergia e biocombustíveis e, em especial, sobre dimensão e a dinâmica do programa brasileiro de produção de etanol de cana-de-açúcar e milho, além das perspectivas da agricultura brasileira para o setor agroenergético.
Composta por Manuel Sanchez, gerente do Conselho Global de Grãos dos Estados Unidos; Ronnie Moffitt, diretor de Desenvolvimento de Mercado e Associação do Milho (Ohio); Brian Jones, diretor de Operações do Milho (Iowa) e de Roger Berry diretor de Desenvolvimento de Mercado de Grãos de Nebraska, além de sete produtores rurais, a comitiva representa as principais Associações de Produtores de milho e grãos de todo os Estados Unidos.
Etanol como commodity global
Annette Sweeney é produtora de milho e membro do Conselho de Grãos do Estado do Iowa (EUA), e ponderou que o etanol é uma alternativa viável, interessante e renovável, frente aos combustíveis fósseis e "essa nossa visita visa entender o potencial de mercado do milho brasileiro e a competitividade dos combustíveis renováveis do Brasil, bem como o escopo das pesquisas científicas para o setor," disse.
Conforme ela, há diferenças pontuais entre os setores de etanol americano e brasileiro, mas os desafios são os mesmos. Os dois países são os maiores consumidores e os maiores produtores de etanol no mundo, o que denota a oportunidade de se criar estratégias conjuntas, capazes de melhorar a relação de consumo de combustíveis renováveis no mundo. "Para isso, é necessário fomentarmos ações coordenadas, por meio da similaridade competitiva do etanol dos dois países para fortalecer o setor, no objetivo de converter o etanol em commodity global e com isso, acessarmos mercados potenciais, como Índia e China, por exemplo" destacou.
Annette Sweeney declarou ainda que a delegação americana ficou impressionada com o alcance das pesquisas da Embrapa dedicadas ao setor de bioenergia e biocombustíveis, na busca por respostas que irão contribuir para orientar o futuro, não somente na agricultura, mas em igual oportunidade para a questões energéticas e ambientais no mundo.
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