Efeitos de inseticidas na lagarta Helicoverpa armigera
A urgência em estabelecer estratégias rápidas de manejo levou à liberação emergencial de vários produtos para conter os prejuízos agressivos da lagarta Helicoverpa armigera logo após o ingresso
A pandemia afetou o setor de hortifrúti de maneiras distintas. Os pequenos produtores sentiram os impactos da interrupção das atividades, principalmente feiras, restaurantes, bares e instituições. Já os grandes produtores que comercializam diretamente com os supermercados conseguiram manter o fluxo de escoamento das frutas e legumes e, não foram tão afetados com a pandemia.
Os pequenos produtores tiveram que buscar alternativas para comercializar os produtos que estavam na lavoura, como a venda de cestas de frutas e legumes por delivery, e-commerce, redes sociais e WhatsApp.
Um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que, apesar de ter sido bastante atingido no segmento das feiras, o impacto foi menor na comercialização destes produtos nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas). Nos cinco primeiros meses do ano, a comercialização total de hortaliças nas Ceasas caiu 3% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2019. Segundo o estudo, apesar de a venda destes produtos ter caído em razão do fechamento de bares e restaurantes, interrupção das atividades nas unidades de ensino e paralisação das feiras livres, o consumo direto de hortaliças pelas famílias aumentou.
O subgrupo mais atingido foi o das folhosas. Como são produtos extremamente perecíveis, a retração da demanda aliada à preferência por hortaliças passíveis de serem consumidas cozidas, ocasionaram perdas no campo. No caso das frutas, a oferta nas Ceasas nos meses de março a maio caiu 5% em relação a 2019 e 1% na comparação com 2018.
Por terem sido considerados setores essenciais pelo Ministério da Agricultura, os setores de hortaliças e hortifrúti não tiveram interrupção do seu fornecimento. “Foram garantidas as questões de escoamento, produção e foram desenvolvidos protocolos baseados em recomendações do Ministério da Saúde para que feiras livres e o funcionamento das Ceasas acontecessem dentro das boas regras sanitárias. Isso deu as garantias, no curtíssimo prazo, para que esse tipo de consumo acontecesse”, explica Luis Rangel.
O Mapa criou um canal no WhatsApp para que agricultores familiares comuniquem o órgão federal sobre possíveis perdas de alimentos ocasionadas por problemas na comercialização em função da Covid-19. Para acessar o Disque Perdas de Alimentos, basta clicar aqui ou enviar mensagem para o número (61) 9873-3519.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou em abril o projeto Feira Segura, com o objetivo de ajudar os produtores rurais que estavam com dificuldade para vender a produção e para que os alimentos chegassem mais facilmente à mesa dos brasileiros.
“As feiras são importantíssimas para os pequenos produtores e, por isso, a ação contribuiu para as feiras a voltarem a funcionar. A população realizava as compras do próprio carro, o chamado drive thru, sem manuseio dos alimentos, e com a higienização adequada das mãos e das máquinas de cartão e embalagens,” comentou assessor técnico das Comissões Nacionais de Fruticultura e de Hortaliças e Flores da CNA, Erivelton Cunha.
Outra ação da CNA é o programa Mercado CNA que oferece uma plataforma de comércio eletrônico para aproximar produtores rurais e consumidores. A plataforma tem um sistema integrado para agilizar a localização de compradores e vendedores e produtores rurais também podem criar a própria página dentro do portal para anunciar seus produtos.
O Mapa, em parceria com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), emitiu uma série de recomendações de boas práticas para produtores e agricultores familiares que fornecem produtos agropecuários para feiras livres, sacolões e comércio varejista.
Segundo o diretor do Mapa, a parceria com o setor privado foi fundamental para diminuir o choque de demanda e voltar a estimular o consumo. “Hoje percebemos a retomada quase natural do comércio desses produtos, com todas as medidas de segurança recomendadas pelos órgãos de saúde”, diz Luis Rangel.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura