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Quinze ônibus com cerca de 800 produtores rurais do Mato Grosso do Sul saíram na manhã desta segunda-feira (4) rumo a Brasília em defesa da aprovação do novo Código Florestal Brasileiro. Em todo o País, serão cerca de 20 mil produtores rurais e representantes da sociedade civil que estarão em Brasília para a mobilização, nesta terça-feira (5), em frente a Esplanada dos Ministérios a favor da votação do substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que estabelece nova norma legal para a proteção das florestas.
O Presidente do Sindicato Rural de Rio Negro, Maurício Bonifácio Delalibera, vai viajar cerca de 20h até Brasília para participar do ato. “O que nós queremos é o equilíbrio entre o desenvolvimento e a produção e para isso precisamos nos mobilizar”, ressaltou. O atual debate em torno da proposta que atualiza o Código Florestal brasileiro divide opiniões e dá abertura a um diálogo que envolve ambientalistas, ruralistas e sociedade civil.
“Estamos tentando dar um caráter científico e prático para essa discussão. Isso vai aproximar ambientalistas e produtores rurais”. A declaração do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, ratifica que a alteração no Código Florestal não atenderá somente às necessidades do setor agropecuário e sim à realidade econômica e sustentável do País. “Essa discussão está trazendo para o centro o debate e eliminando os radicalismos de posição”, complementou.
De acordo com o presidente da Famasul, o texto de Aldo Rebelo não é consenso entre o setor produtivo e nem entre os ambientalistas. Mas a discordância, ressalta, é o que traz consistência ao debate, levando-se em conta tanto aspectos ambientais quanto econômicos. “O grande mérito do relatório é justamente não se pautar por extremismos, por uma visão desenvolvimentista pura, embora também não se paute pelo ambientalismo romântico”, balanceou.
Com a atualização do Código, a expectativa é que a nova legislação traga segurança jurídica ao campo, garantindo a oferta de alimentos de qualidade à população brasileira. “A perspectiva é que o texto seja aprovado, porque ele é feito frente à realidade do País”, enfatizou Eduardo Riedel.
Desde que entrou em vigor, em 1965, o Código Florestal brasileiro passou por diversas modificações feitas por meio de leis e medidas provisórias. Dentre elas o decreto 7029, de 2009, que se entrar em vigor no dia 11 de junho, como está previsto, deve deixar cerca de 90% dos produtores rurais brasileiros em situação irregular perante a lei.
De acordo com o que está previsto no documento, todas as propriedades rurais serão obrigadas a possuir reservas legais de florestas nativas registradas até 11 de junho, uma condição que atualmente poucas atendem. “Temos que lembrar que na década de 1960 o Brasil era importador de alimentos. E hoje além de ser exportador expressivo, atende a demanda interna que aumentou expressivamente”, reforçou Eduardo Riedel.
Programação
A chegada dos ônibus de diversos estados do País está prevista para às 8h desta terça-feira (5). Logo em seguida, às 9h, haverá uma reunião em frente ao Congresso Nacional, dando início à mobilização com a execução do Hino Nacional e um toque de berrantes. Por volta das 9h30, está programada uma Missa campal. Após a missa, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, estará à disposição da imprensa, na Esplanada dos Ministérios. Às 10h30, haverá pronunciamentos de parlamentares. Na hora do almoço, às 12h, será servido aos participantes um arroz de carreteiro. Conforme a programação, às 14h será realizado um grande abraço simbólico ao Congresso Nacional. Logo após, das 15h às 16h30, os participantes farão uma vista aos deputados, na Câmara dos Deputados. O retorno das caravanas aos seus estados está programado para as 17h.
Graziela Reis
Sato Comunicação
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