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No quinto dia de reuniões, a comitiva da Missão América do Sul se reuniu com as entidades do Paraguai para conhecer a legislação na área de biotecnologia e de uso de sementes. Naquele país, os produtores podem salvar sementes de soja por quantas safras e na quantidade que quiserem. Porém, é preciso que comprovem ao Serviço Nacional de Calidad y Sanidad Vegetal y de Semillas (SENOVE) que utilizará as sementes para uso próprio e não para venda. Segundo as autoridades paraguaias, 60% da safra são feitas com sementes compradas e 40% com sementes salvas.
Os produtores paraguaios também usam sementes transgênicas com a tecnologia RR1, da Monsanto. Lá, eles acordaram com a multinacional de pagar pela tecnologia na moega. Este acordo vence no próximo ano e ainda estão negociando a utilização da nova variedade, a Intacta RR2 PRO.
Segundo a Associación de Productores de Semillas del Paraguay (APROSEMP), neste acordo está estabelecido que a empresa deve destinar parte do valor dos royalties para o Instituto de Biotecnologia Agrícola (INBIO), que por meio de parcerias com universidades visa aprimorar as pesquisas. Os royalties são pagos de duas formas no Paraguai: na compra da semente e na colheita. A diferença é que, no segundo caso, os produtores paraguaios pagam um valor fechado, US$ 80 por tonelada produzida.
Atualmente, o Paraguai produz pouco mais que quatro milhões de toneladas e ocupa o sétimo lugar na representação mundial de produção, com 80% da produção de soja transgênica e 20% de convencional. De acordo com o Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT), o país é o quarto em exportação de soja, atrás de Estados Unidos, Brasil e Argentina.
De acordo com Associación de Productores de Soja del Paraguay (APS), 70% da produção é exportada e 30% é para o consumo doméstico e o principal destino é a União Europeia. Tradings e cooperativas dividem espaço para comercialização das safras, 80% e 30%, respectivamente. No país existem em torno de 20 grandes cooperativas ligadas ao agronegócio.
A missão é uma organização da Associação dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) e integram a comitiva as entidades Aprosoja Brasil, Mapa, Aprosmat, Aprosul, consultores na área de legislação de sementes, tratamento de sementes, assessoria jurídica e um representante obtentor de germoplasma vegetal. Nesta sexta-feira (28), as reuniões são com entidades ligadas ao agronegócio da Bolívia.
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