Produtores e usinas do nordeste terão custos maiores na safra 2013/2014

26.09.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

Os custos de produção da cana-de-açúcar no Nordeste devem subir, em média, 6% na safra 2013/2014, trazendo um horizonte ainda mais pessimista para os fornecedores da matéria-prima, com queda de rentabilidade. A projeção de alta é reflexo direto da seca ocorrida na região na safra anterior, o que afetou a produtividade e obrigará os produtores a investirem na formação de novos canaviais para recuperar as áreas afetadas pelo clima para as próximas safras.

A análise deste cenário está no boletim Ativos da Cana-de-açúcar, publicação que traça um panorama da atividade canavieira nas principais regiões produtoras do país. O estudo é elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (Pecege/Esalq/USP).

O encarecimento dos custos terá impacto direto na produção de açúcar e etanol, diz o estudo. As usinas com produção de cana própria devem ter um custo total (despesas do dia a dia e reposição de patrimônio) 13% maior nesta safra em relação à anterior. Já os custos totais com a produção de etanol subirão 15%, enquanto os do açúcar terão alta de 16%.

Segundo o boletim, a área colhida de cana deve ter queda de 8% em razão dos fatores climáticos. Além da necessidade de recuperação dos canaviais prejudicados, os produtores também terão mais custos com os insumos agrícolas, em função do câmbio. Só os preços dos fertilizantes devem subir 18%. Os herbicidas terão elevação de 9%, enquanto os gastos com mão-de-obra devem aumentar em 7%. Outro item que terá peso significativo são as mudas, cujos preços irão variar 6,17%.

O estudo foi feito junto a produtores, usinas, cooperativas e fornecedores de insumos de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. “A produção de cana de açúcar mostra rentabilidade ruim em todos os cenários, o que gera uma visão pessimista para a situação econômica dos fornecedores de cana. Muitos fornecedores de cana estão procurando culturas alternativas mais rentáveis e admitem a possibilidade de abandonar o mercado canavieiro”, ressalta o boletim.

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