Devolução de embalagens de pesticidas cresce no Tocantins
Recebimentos itinerantes promovidos pela Adapec atenderam mais de 1,3 mil pequenos e médios produtores rurais
Representantes da Câmara Setorial da Cebola, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) reuniram-se de forma híbrida para, entre outros assuntos, avaliar a safra 2024/2025. O encontro foi conduzido pelo coordenador da Câmara e engenheiro agrônomo da Prefeitura de São José do Norte, Fábio Martins.
Segundo ele, este ano os produtores de cebola enfrentaram várias condições climáticas adversas, como a enchente de maio, o que prejudicou a zona ribeirinha, e alagamentos em uma grande área produtora da região Sul do Estado. “Depois tivemos dificuldades por causa das chuvas, o que fez com que os custos de produção aumentassem e que a qualidade e a produtividade da nossa cebola baixassem. Da média de 35 toneladas por hectare, baixou para menos de 30 toneladas por hectare”.
Representantes de alguns municípios, como Tavares, relataram perdas totais de algumas lavouras de cebola em função do excesso hídrico observado durante a primavera, sendo que a produtividade média desses municípios deverá ficar em 24 toneladas por hectare.
Além disso, conforme Martins, esse ano os produtores enfrentaram preços baixos. “O custo de produção foi de R$ 30 mil a R$ 35 mil por hectare, com uma produtividade média em torno de 30 toneladas por hectare, e um valor ofertado pelo quilo de cebola a cerca de R$ 0,80 o caixa 3 (padrão certo, de 5,5 a 7,5 milímetros de diâmetro) . E do caixa 2 valendo a metade”, desabafou. “E isso é muito ruim para os cebolicultores, porque dificulta a manutenção de suas famílias durante o ano”.
Martins informou que a Câmara vai buscar, junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (mapa) e ao governo do Rio Grande do Sul, o desenvolvimento de políticas públicas. “Vamos tentar parcelamento e descontos para as dívidas dos agricultores, entre outras iniciativas”, afirmou o engenheiro agrônomo.
Hoje existem no Estado cerca de três mil produtores de cebola em 350 municípios. Os principais ficam nas regiões do Litoral Sul e Serra. Dez municípios representam 80% da produção gaúcha, sendo São José do Norte o maior produtor, com 1.800 hectares de área plantada.
Outro assunto abordado na reunião foi o trabalho que está sendo desenvolvido pela Embrapa e pelo Mapa de Indicação Geográfica para a cebola do litoral Sul. “Queremos buscar um reconhecimento da cebola da península litorânea do estado do Rio Grande do Sul, formada por Tavares, Mostardas, São José do Norte, Rio Grande, Pelotas, São Lourenço do Sul. São municípios que têm tradição de plantar a cultura”.
Martins contou que a tradição de plantar cebola foi trazida para o Brasil por imigrantes portugueses, inicialmente para São José do Norte e Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e, depois, disseminada pelo resto do país. “Então, queremos ter o reconhecimento de uma cebola com qualidade ímpar, diferenciada das demais regiões do Brasil”.
Para a conquista desse reconhecimento, o Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Seapi pode ajudar, pois já desenvolveu pesquisas sobre Indicações Geográficas. A pesquisadora Larissa Ambosini abordou alguns resultados desses estudos. “A equipe de pesquisadores do DDPA pode contribuir com essa iniciativa, aportando dados técnicos para embasar uma futura Indicação Geográfica, especialmente na caracterização das condições de solo, clima e histórico do cultivo da cebola no território de produção”, afirmou.
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