Produtores catarinenses de maçã participam do Programa D’Olho na Qualidade

27.10.2011 | 21:59 (UTC -3)
Marcos A. Bedin

Os produtores catarinenses de maçã que serão certificados por meio do selo internacional Global G.A.P. através de uma parceria entre BASF, SEBRAE e a Fischer S/A Agroindústria, participam da capacitação D’Olho na Qualidade. Trata-se de um programa com treinamento e consultoria que visa orientar proprietários de empresas rurais a implantar as ferramentas do '5S' para pequenos negócios, a partir da apresentação dos conceitos e princípios relacionados a eliminação do desperdício, descarte, organização, limpeza , higiene e ordem mantida.

Direcionado a grupos de 15 a 18 empresas rurais, o D’Olho é composto por seis módulos, totalizando 23 horas de treinamento e 4,5 horas de consultoria nas propriedades. “Através do D’ Olho, os produtores de maçã poderão aplicar ferramentas que auxiliarão no gerenciamento de suas propriedades”, destaca a coordenadora regional do Sebrae no meio oeste, Sueli Bernardi.

O primeiro encontro foi realizado no mês de outubro e a programação prossegue na terça-feira, 1o de novembro, às oito horas, no Pavilhão da Comunidade Despraiado, em São Joaquim. As consultorias serão realizadas no período de 3 a 24 de novembro, nas propriedades rurais e comunidades de Despraiado e Morro Grande. O terceiro encontro será na segunda-feira, dia 28 de novembro, às oito horas, no mesmo local. As consultorias serão feitas no período de 30 de novembro a 10 de dezembro.

Além do D’Olho na Qualidade, o projeto prevê consultoria tecnológica de boas práticas de produção agrícola baseadas no chek list ( critérios para a certificação) da Global GAP) e ainda 50 propriedades terão o acompanhamento de consultores para a implantação do plano de ação, com vistas a certificação. Cerca de 120 produtores catarinenses participarão das capacitações e a meta é que 40% deles tenham a sua produção certificada internacionalmente, até junho de 2014. O selo possibilitará uma melhor gestão da propriedade e a colocação do produto agrícola no mercado e internacional. Também assegura ao consumidor que todo o procedimento de produção, desde o plantio até o momento em que o produto agrícola deixa a fazenda, atende aos requisitos internacionais de produção que assegure segurança alimentar, respeito ao meio ambiente, ao trabalhador e rastreabildiade.

“Com a certificação, o consumidor terá a certeza de estar adquirindo um produto agrícola com garantia de qualidade. Além disso, acreditamos que a cadeia terá maior valor agregado e os produtores nacionais serão devidamente valorizados”, explica José Munhoz Felippe, diretor de Negócios Especialidades da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil.

A Fischer S/A Agroindústria foi uma das empresas produtoras de maçã pioneiras na certificação GLOBALG.A.P, e agora busca estender a qualificação aos seus fornecedores. O objetivo é que todos os agricultores que fornecem sua produção à empresa tenham a certificação, assegurando que 100% das frutas estejam em concordância com as exigências do mercado internacional.

Segundo Ney Araldi, diretor da Fischer S/A Agroindústria, existe uma crescente demanda mundial por segurança alimentar, além disso, itens como responsabilidade social e ambiental também devem ser contemplados. “Os médios e grandes produtores têm se preocupado com estas demandas e, em sua maioria já possuem algum tipo de certificação que garante a confiabilidade de seus produtos. Na pequena propriedade, o acesso a esta certificação é mais difícil e o custo de implantação de um programa da qualidade seria proibitivo”, explica.

Para implementação das normas da certificação, a BASF e a Fischer S/A contarão com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Projetos como esses fazem parte da filosofia da instituição em facilitar o acesso ao mercado de pequenos e médios empreendedores, no caso produtores rurais. Iniciativas como estas os tornam mais competitivos”, assegura Sueli.

O módulo I (sensibilização) tem por objetivo tornar os participantes cientes do método e das responsabilidades, obtendo o compromisso de cada um; o módulo 2 (descarte), visa identificar e separar o que é necessário e o que pode ser dispensável para a realização das tarefas; o módulo 3 (organização) pretende determinar e identificar cada objeto em seu lugar, organizar e programar o trabalho, anotando e comparando dados; o módulo 4 (limpeza) oportuniza manter o ambiente e equipamentos limpos e em condições de uso produtivo; o módulo 5 (higiene) visa cuidar da saúde, bem-estar, segurança e disposição para o trabalho, garantindo a qualidade de vida; e o último módulo (ordem mantida) mostra como cumprir com perseverança o que foi determinado nas etapas anteriores.

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