Produtores brasileiros de frutas pedem ao Governo que libere defensivos adequados para pequenas culturas

15.04.2015 | 20:59 (UTC -3)

A falta de defensivos específicos registrados para uso nas pequenas culturas, as chamadas minor crops, tem preocupado o setor de fruticultura, que é obrigado a aplicar, em seus pomares, produtos que são autorizados para outras grandes culturas como soja e milho. No mercado internacional, a consequência é a perda de novos mercados, enquanto que, no mercado interno, os produtores acabam na “ilegalidade voluntária”, por conta da demora na fabricação e liberação comercial de moléculas que poderiam ser utilizadas na produção de frutas.

Preocupado com esta questão, os presidentes da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Luís Roberto Barcellos, e da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Tom Prado, reuniram-se, na terça-feira (14/4), com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, para pedir, entre outros pontos, mudanças na legislação que define a extensão do uso de defensivos a fim de aplicá-los nas pequenas culturas.

Atualmente, apenas o detentor da patente do defensivo pode pedir a extensão do uso. Desta forma, o produtor, muitas vezes, esbarra na falta de interesse das indústrias em estender a utilização de uma molécula em uma lavoura para outras culturas. Em países que são concorrentes diretos do Brasil na produção agrícola, como Austrália, Estados Unidos e Canadá, produtores rurais, agrônomos e pesquisadores, entre outros profissionais, podem solicitar a extensão do uso.

No mercado internacional, a consequência desta situação é a perda de novos mercados, enquanto que, no mercado interno, os produtores acabam na “ilegalidade voluntária”, por conta da demora na fabricação e liberação comercial de moléculas que poderiam ser utilizadas na produção de frutas. “Estamos atrasados em relação a países que são nossos concorrentes”, ressaltou o presidente da Abrafrutas. “Somos frequentemente penalizados por informações equivocadas em relação ao uso de defensivos”, completou Tom Prado.

Em resposta à solicitação do setor, a ministra Kátia Abreu disse que vai analisar a possibilidade de rever a legislação que trata do pedido de extensão do uso, hoje definida pelo Decreto 4.074/2002. “Queremos que o produtor também participe do jogo”, afirmou Luís Roberto Barcellos, presidente da Abrafrutas.

Mosca da carambola – Os fruticultores também pediram à ministra apoio para combater a mosca da carambola, espécie de mosca-das-frutas muito comum nos estados de Amapá e Roraima. A praga, apesar de atacar principalmente os pés de carambola e atuar na região Norte, também afeta a produção de outras frutas e pode chegar a outras regiões do país, caso não haja controle. A ideia é reduzir a incidência da mosca a níveis que permitam atender às exigências do mercado internacional.

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