Mais do que manejo, programa do Sistema FAEAL/Senar quer preparar produtor alagoano para gerir a propriedade

14.04.2015 | 20:59 (UTC -3)

Criado para ajudar o produtor a realizar o diagnóstico, manejo de pastos e gestão da propriedade, o programa Mais Pasto, da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (FAEAL) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) inicia a segunda turma de capacitação este mês. O programa tem duração de 18 meses e conta com apoio de consultoria especializada.

“Convocamos os produtores que tinham interesse em participar do programa e conseguimos alcançar todo o estado. O pré-requisito para participar é ter propriedade de 100 a 400 hectares e ser ligado à Federação. Na turma que começou ano passado temos 18 produtores participando e já com resultados positivos”, afirma o coordenador técnico do SENAR Alagoas, Vanísio Elói.

Diferente do programa Mais Pastagem, do Sistema Famasul, que ensina o produtor a recuperar pastagens degradadas com alternativas de reforma e recuperação do solo e ainda ter retorno econômico, a proposta do Mais Pasto é preparar o médio produtor alagoano para administrar melhor a propriedade e fazer o manejo racional da pastagem. “A grande meta do programa é ajudar os médios produtores. Por quê? Porque atualmente os agricultores familiares têm ajuda dos programas do governo e os grandes produtores têm condições econômicas para pagar uma consultoria particular. Porém, existe uma parcela de produtores que não se encaixa em uma categoria e nem na outra, e são esses que queremos atender,” argumenta o consultor do Senar Alagoas que ajudou a conceber o programa, André Sório.

O coordenador técnico Vanísio Elói explica como funciona o processo de capacitação dos produtores no Mais Pasto. “Cada instrutor do Senar acompanha seis produtores, visita as propriedades mensalmente e faz as orientações devidas. Também verifica se o conhecimento ofertado no curso está sendo aplicado na propriedade, de que forma e se precisa de adaptações, por exemplo. E a cada dois meses, selecionamos dois produtores, de cada instrutor, e o consultor vai às propriedades reforçar o conhecimento repassado. A primeira turma participará da capacitação durante 24 meses, porque foi o prazo inicial que estipulamos, mas a segunda terá apenas 18 meses. Percebemos que daria para reduzir o tempo sem prejudicar a capacitação.”

André Sório, consultor do programa, diz que a meta do Mais Pasto é mais que ensinar o médio produtor a fazer corretamente o plantio e a rotação do pasto. “A ideia é ensiná-los a formar lotes, fazer cerca, a seleção de pessoal, além do cálculo da arroba, do leite e todas as ações ligadas ao manejo do gado e da administração da fazenda. Com isso, o programa busca intensificar a produção pecuária no estado.”

Porém, o Mais Pasto não para por aí, ressalta Sório. Além do manejo das pastagens, o programa também está ajudando os produtores a proteger nascentes. “A proteção de nascentes faz parte do escopo do programa. Nas 18 propriedades que estamos trabalhando na primeira turma existem 57 nascentes das quais 45 já estão protegidas. Nossa intenção é proteger todas, até porque, além da proteção do meio ambiente, o produtor precisa dessa água para abastecer seus animais”, revela. “O programa atende todas as produções à base de pastagem como gado de corte, leiteiro, ovinos e também búfalo leiteiro, produção que está começando no estado. Nossa intenção é preparar os fazendeiros para serem entendedores do próprio negócio,” finaliza André Sório.

O coordenador técnico do programa no Senar Alagoas, Vanísio Elói, sinaliza a possível nacionalização do programa. “Depois da primeira turma, vamos fazer uma análise dos resultados e se for viável, apresentaremos uma proposta à diretoria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para nacionalizar o Mais Pasto”, concluiu.

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