​Produtores baianos apostam no trigo para a agroindustrialização

O oeste da Bahia pode ganhar uma indústria de moagem de trigo. Esta foi a conclusão da reunião realizada nesta segunda-feira (19), em Barreiras

21.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Ana Caroline Tavares

O oeste da Bahia pode ganhar uma indústria de moagem de trigo. Esta foi a conclusão da reunião realizada nesta segunda-feira (19), em Barreiras, que contou com a presença do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Antônio Ricardo Alvarez Alban; do diretor do Grupo Limiar, João Ramos; do presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato; e de produtores da região.

O plantio de trigo na região, embora em pequena proporção, tem se apresentado como uma alternativa rentável, principalmente em áreas irrigadas. Para viabilizar a instalação de uma unidade industrial com capacidade de 500 toneladas/dia, será necessário o cultivo de 30 mil hectares do cereal. Para o agricultor Fábio Ricardi, produtor de trigo, essa produção é completamente possível. “A cultura já mostrou que é muito interessante economicamente para o oeste baiano. Com o moinho, ficará muito mais”, afirmou ele.

Além da lucratividade, o trigo é uma gramínea que ajuda a suprimir doenças, principalmente as de solo como os nematóides. “Dentro do sistema de produção irrigado, o cereal quebra o ciclo dessas doenças e continua viabilizando as outras culturas, contribuindo para o aumento da produtividade”, ressaltou o produtor Celito Breda.

A parceria entre a Aiba e a FIEB surgiu da demanda de abastecimento de farelo e farinha de trigo para o mercado nordestino, sobretudo a Bahia, que é um grande consumidor do produto no país, segundo dados da FIEB. Além disso, o oeste baiano possui tecnologia para a produção de mais de 6 toneladas de trigo por hectares, com grãos de excelente qualidade para a indústria. Estas características atraíram o empresário João Ramos, do Grupo Limiar. “Vejo um potencial muito grande aqui. Esta é uma oportunidade para alavancar nossos negócios e ainda agregar valor para a região”, pontua.

O próximo passo é provar a viabilização econômica do projeto. “Vamos contratar uma empresa para realizar um estudo de viabilidade de custos, legislação, logística e infraestrutura. Dessa forma, conseguiremos ter subsídios para aprovar a agroindustrialização entre os produtores e gerar ainda mais emprego e renda para o oeste baiano”, defendeu o presidente da Aiba.

Para o presidente da Fieb, a vinda até Barreiras foi muito produtiva e o projeto de industrialização deve avançar. “Nós entendemos do produto pronto para frente e vocês do processo para trás. O que queremos é formar uma parceria que seja viável, em todos os sentidos, para ambas as partes”, afirmou Alban.

Esta foi a segunda reunião entre a Aiba e a Fieb sobre o assunto. A primeira foi realizada em Salvador, no mês de agosto.


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