Produtores aceleram o plantio da safrinha de feijão no RS

15.03.2012 | 20:59 (UTC -3)
Raquel Aguiar

Nesta semana, os produtores de feijão aumentaram o ritmo da semeadura da segunda safra de feijão no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, o processo ocorre quando a colheita da 1ª safra se encaminha para o final. Em virtude da baixa umidade do solo nos períodos preferenciais, a safrinha começou com atraso. A redução de aproximadamente 15% sobre a estimativa inicial de produção da 1ª safra elevou o preço da saca de 60 kg do feijão-preto no RS. Essa situação fez com que os agricultores revissem as atuais condições e revertessem a intenção de diminuição da área em razão dos baixos preços do início da safra. Na semana, o aumento foi de 0,42%, elevando a saca de feijão-preto a R$ 87,00, ultrapassando as médias históricas, geral e do mês de março.

À medida que avança a colheita da soja, que no momento chega a 5% do total semeado, ficam mais evidentes as consequências da estiagem enfrentada pela cultura. O grão retirado das lavouras tem sido, na maioria dos casos, de péssima qualidade, com altos percentuais de esverdeados, chochos e ardidos, o que o deixa sem valor comercial. Essa situação tem obrigado os produtores a recorrerem ao Proagro. Nesse sentido, só a Emater/RS tem em carteira cerca de 6,1 mil pedidos. Em âmbito estadual, a produção tem oscilado entre os 2,6 mil kg/ha na região de Caxias do Sul e os 1,4 mil kg/ha em Ijuí e Santa Maria.

Já no arroz, com o tempo seco na maior parte do período, a colheita pode avançar sete pontos percentuais em relação à semana anterior e alcança no momento 20% da área como média estadual. Esse percentual deverá, se as condições meteorológicas permitirem, avançar de forma significativa nos próximos dias, uma vez que 38% das lavouras já se encontram maduras e aptas a serem ceifadas. Os rendimentos obtidos até o momento seguem se mantendo dentro do esperado, oscilando entre 6,5 mil kg/ha e 7,5 mil kg/ha, com casos que ultrapassam os 8 mil quilos.

O percentual de área colhida de milho chega a 50% do total, registrando dez pontos à frente em relação à média dos últimos anos. Isso se deve às condições adversas enfrentadas pelas lavouras durante seu ciclo. As altas temperaturas, aliadas à baixa umidade, fizeram com que as plantas tivessem sua fisiologia alterada, acelerando o processo de maturação. Outra consequência tem sido a má formação da espiga, que teve seu desenvolvimento interrompido, o que gerou grãos pequenos e mal formados, diminuindo sua qualidade. Como rendimento médio, as colheitas giram ao redor dos 2,6 mil kg/ha, com casos que vão desde a perda total até casos que ultrapassam os 6 mil quilos em lavouras irrigadas.

As condições do tempo são excelentes para a complementação da cura do alho e a manutenção da sanidade dos bulbos estocados nos galpões da região da Serra, nesse período. Com o final da colheita da uva, aceleram-se os trabalhos de limpeza, classificação e embalagem do produto. Os preços médios para o quilo posto na propriedade são os seguintes: calibres 6 e 7 a R$ 3,50; calibre 5 a R$ 2,30; calibre 4 a R$ 2,00; calibre 3 a R$ 1,00; e R$ 0,50 para o alho indústria.

Na região serrana, tem início a colheita de citros, através de variedades superprecoces cultivadas nos locais de baixa altitude como os Vales dos Rios Caí e das Antas. As frutas apresentam aspecto regular, com coloração ainda verdolenga, calibre pequeno e com doçura baixa. O preço médio para a variedade Satsuma Okitso é de R$ 0,50/kg.

As últimas chuvas associadas com altas temperaturas, que ocorreram na maioria das regiões do Estado no período, promoveram um incremento no desenvolvimento vegetativo das pastagens nativas e cultivadas que apresentaram um rebrote acentuado. Esse aumento do volume de alimentos permitiu uma boa recuperação do estado corporal do rebanho bovino de corte, apesar da estiagem.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025