​Processo de poda de café atrai produtores em Minas Gerais

Técnica reduz o tempo de desenvolvimento do arvoredo cafeeiro sem prejuízo na qualidade do grão e na produtividade

15.12.2016 | 21:59 (UTC -3)
Luis Fernando Duarte

Em Uberlândia (MG) uma técnica de poda de pés de café está atraindo a atenção de produtores rurais da região. Uma forrageira New Holland FR600 com implemento de plataforma de café corta a planta na altura desejada, sem arrancar nada do solo. O processo já acontece em seis propriedades da região e tem interessado ainda mais produtores.

Segundo Antônio Marcos de Campos Rodrigues, gerente da Queiroz e Rocha, empresa responsável pela poda, a técnica economiza tempo de produção do café, já que deixar o pé crescer até dar frutos leva de dois a três anos, enquanto plantar novamente chega a cinco anos. “O produtor tem uma economia de tempo muito grande e atribui à máquina uma nova atividade, que contribui para o desenvolvimento do plantio”, afirma Rodrigues.

Gerente da concessionária Nova Holanda, da New Holland, Fernando Clivatti viu o mesmo processo sendo realizado primeiramente com eucalipto e questionou se seria possível fazer com café. “Quando postaram o vídeo, me surpreendi e a recepção foi fantástica. Não fizemos divulgação nenhuma e, mesmo assim, as pessoas começaram a nos procurar para ter acesso a essa atividade”, explica.

Uma árvore de café dura de 15 a 20 anos, mas, com o tempo, perde a capacidade de produção, portanto os agricultores optavam por derrubar a árvore e plantar uma muda nova. Com a inovação, despende-se menos tempo com a retirada de toda a árvore sem prejuízo na qualidade do grão e na produtividade.

Biomassa

Outro fator que deixa ainda mais vantajosa a utilização do processo é o tratamento de biomassa gerada na produção. Quando a máquina passa e poda os galhos, deixa-os no solo para utilização futura como adubo.

Mamoru Rodolfo Hojo, empresário da cidade de Patrocínio (MG), ajudou no desenvolvimento do processo e garante que esta técnica é uma evolução na tecnologia agrária. “No Brasil não existe algo deste tipo, a cafeicultura é muito rudimentar e a mão de obra, muito cara. Um processo como este só vem para melhorar a produção”, declara.

O café tem papel importante na agricultura nacional, pois, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe), o país exportou mais de 35 milhões de sacas no último ano, se tornando o maior produtor e exportador do mundo. A atividade da Queiroz e Rocha se desenvolveu na região do Triângulo Mineiro, que, por sua vez, é a maior produtora de café do Brasil.

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