FMC apoia projeto que resgata o orgulho da citricultura brasileira
O projeto tem como objetivo promover uma série de ações com o intuito de resgatar o orgulho da citricultura brasileira
A Nuffield International, fundação sem fins lucrativos que incentiva pesquisas para o desenvolvimento do agronegócio, anuncia hoje os últimos cinco selecionados – de um total de 80 em dez países – para seu programa de bolsas 2017. No Brasil, os escolhidos para receber bolsa de US$ 30 mil são o engenheiro agrônomo Murilo Martins F. Bettarello, 32 anos, de Franca (SP), e a administradora de empresas Carla Mayara Borges, 26 anos, de Chapadão do Céu (GO). Os outros selecionados divulgados hoje são da África do Sul, Estados Unidos e Bélgica. Ao longo de dois anos, eles visitarão países orientados por membros da rede Nuffield a fim de terem uma visão global do agronegócio e coletarem informações sobre o tema a que se propõem a estudar. Ao final, devem apresentar suas contribuições para o setor.
A diretora executiva da Nuffield no Brasil, a australiana Sally Thomson, explica que além das bolsas de pesquisa – mais de 1.600 já foram concedidas –, a entidade proporciona o relacionamento de produtores, empresários, pesquisadores e demais profissionais do agronegócio de vários países. “O propósito da entidade é estimular pesquisas práticas que contribuam, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento de profissionais do setor e para a geração de informações/tecnologias que promovam excelência na produção, distribuição e gestão de todos os aspetos do agronegócio”, resume a diretora.
O CEO da Nuffield International, o australiano Jim Geltch, conduziu pessoalmente as entrevistas aos pré-selecionados no Brasil e destacou o alto nível dos candidatos. As bolsas concedidas aos brasileiros na edição 2017 têm suporte financeiro da empresa Nufarm Indústria Química e Farmacêutica e de TIAA Global Asset Management.
O agrônomo Murilo Bettarello vai estudar como as tecnologias digitais podem ajudar na geração e disseminação eficiente de informações para produtores rurais, de modo que seja facilitado o entendimento e aplicação no dia a dia da fazenda. Já a pesquisa da administradora Carla Borges será centrada em soluções que otimizem o gerenciamento da maquinaria envolvida na produção agrícola de alta tecnologia, com ênfase na melhoria da manutenção.
Formado em engenharia agronômica pela Esalq/USP e pós-graduado em Administração e Empreendedorismo, também pela USP, Murilo tem construído sua carreira baseado na comunicação com produtores. Enquanto técnico e membro da Consultoria ViaVerde, leva a produtores, técnicos e agrônomos informações que melhoram a produtividade e a qualidade de vida. Contratado diretamente por produtores ou por intermédio de parcerias com o governo ou organizações não governamentais, Murilo já atuou em todos os estados do Brasil e em alguns países da América do Sul. Há seis meses, criou também a plataforma digital IZagro, que distribui informações técnicas a baixo custo para produtores. “Com a bolsa Nuffield, quero buscar inspiração em diferentes partes do mundo para criar ou adaptar sistemas digitais que proporcionem mais informação, de modo simples, para produtores brasileiros”, explica.
Carla é filha de produtores rurais que migraram do Sul para o Centro-Oeste na década de 1980. Nasceu numa pequena fazenda em Goiás e cresceu indo a campo com o pai. O negócio da família evoluiu com base no uso intenso de tecnologia para a produção de soja, milho, sorgo e algodão. Agora, Carla acredita que é hora de melhorar o uso da tecnologia para a administração dos ativos. “No dia a dia, eu vejo o uso intenso de tecnologia na produção, mas muito pouco no controle e manutenção dos maquinários, o que implica custos elevados com peças e serviços mecânicos. A produção de grãos no Brasil é uma corrida contra o tempo. Cada minuto perdido é uma perda financeira”, argumenta.
Entre outras atividades, Carla lidera a implementação de novos processos nas fazendas da família, buscando aumento da eficiência e profissionalização. Depois de ser graduar em administração de empresas simultaneamente pela FAE - Centro Educacional de Curitiba e pela Universidade de Ciências Aplicadas de Münster, na Alemanha, ela passou dois anos conhecendo todos os setores do negócio da família, as Fazendas Nova Geração. O objetivo era ter visão global e entender com precisão as demandas de uma fazenda de médio-grande porte.
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