Primeiro dia do Agrocafé já tem balanço positivo

09.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

No primeiro dia do Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), ações foram tomadas para minimizar os problemas enfrentados pelo setor cafeeiro.

Dentre elas, a assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) e Governo da Bahia, assinatura do Projeto de Lei para iniciar a inclusão do café com leite na merenda escolar e assinatura do convênio entre a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) e a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

O convênio entre a Ebal e a Abic passa a exigir qualidade mínima do café torrado ou moído para distribuição e comercialização nas 293 lojas da Cesta do Povo.

Na abertura do evento, o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, explicou que o Projeto de Lei lançado para as prefeituras municipais de incluir o café, agregado ao leite, tem o papel de estimular a capacidade intelectual nas atividades escolares.

A palestra de abertura ministrada pela Senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu, destacou os desafios do campo brasileiro. De acordo com a palestrante, as principais barreiras enfrentadas pelos produtores são aquelas ligadas à questões ambientais, renda e logística. No momento foi apresentado também, o Projeto Bioma, lançado pela CNA e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que tem como objetivo fazer com que o Brasil vença o desafio de conseguir preservar o seu patrimônio ambiental e continuar produzindo alimento com abundância, preços baixos e alta qualidade.

A programação do primeiro dia do Agrocafé incluiu ainda, a palestra "Situação do Mercado Mundial do Café", ministrada pelo diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Nestor Osório, o simpósio "Uma Agenda para o Agronegócio no Século XXI", ministrado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues e coordenado pelo presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho. Neste momento acontece o Fórum de Secretários de Agricultura do Brasil, com representantes dos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Rondônia.

Kátia Abreu defende comida barata com renda para o produtor

Estão matando a galinha dos ovos de ouro do Brasil. A referência à fábula de Esopo ilustrou o alerta da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) na palestra que abriu a programação do 11º Simpósio Nacional do Agronegócio Café, que começou ontem (8) e acontece até amanhã (10) em Salvador. Para uma platéia de mais de 600 produtores do grão, Kátia Abreu criticou as políticas agrícolas e de abastecimento do Brasil, que, segundo ela, acertam ao garantir alimento barato e abundante para o brasileiro, mas pecam por debitar essa conta ao produtor rural.

Segundo a presidente da CNA, entre as décadas de 60 e 70, as famílias brasileiras destinavam 48% da sua renda para a alimentação. Hoje, a mesma família gasta 18% para colocar comida na mesa, e o restante fica livre para o consumo de outros bens, possibilitando o crescimento do país. “Mas esses ganhos representam uma perda na mesma proporção para os produtores”, afirmou, defendendo políticas atreladas a um programa que assegure a renda do produtor rural, assim como em países como o Japão e os Estados Unidos.

De acordo com Kátia Abreu, no Brasil o produtor vive esmagado entre duas cadeias agroindustriais: a dos insumos e a que compra a matéria prima para a transformação. Por isso, ele não forma preço e sim toma preço. Como se não bastasse, enfrenta uma carga tributária de 79%, além dos problemas de falta de estrutura logística para o escoamento da safra que fazem com que, em estados como o Mato Grosso, o frete represente cerca de 50% da safra agrícola. Kátia Abreu destacou ainda a inadequação da

legislação trabalhista, que impõe, através da NR31, 252 exigências para o produtor rural.

Ao final da palestra, Kátia Abreu apresentou o vídeo sobre o Projeto Biomas, um amplo programa de pesquisa financiado pela CNA, junto à Embrapa, que investirá R$ 20 milhões ao longo de nove anos para construir unidades demonstrativas em fazendas de cada bioma brasileiro, que servirão de referência científica para a correção de eventuais equívocos ambientais nas áreas sensíveis. As pesquisas envolverão 350 pesquisadores.

O Agrocafé, um dos mais importantes acontecimentos do calendário da cafeicultura nacional, é promovido pela Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Centro de Comércio de Café da Bahia.

Fonte: Imprensa Agrocafé - (71) 3379-1777

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