Presidente do JBS visita ABCZ e propõe agenda positiva para cadeia produtiva

13.06.2012 | 20:59 (UTC -3)
Laura Pimenta

Principal grupo frigorífico no Brasil e com forte participação no mercado mundial de carnes, o JBS vem demonstrando disposição em apoiar a construção de uma agenda positiva em prol da cadeia produtiva da carne bovina no Brasil. O posicionamento do grupo foi reforçado na manhã desta quarta-feira (13), durante visita do presidente do JBS, Wesley Batista à sede da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), em Uberaba/MG.

Na oportunidade, Wesley Batista foi recebido pelo presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, diretores e superintendentes da entidade. A reunião contou ainda com a presença do deputado federal Paulo Piau e alguns pecuaristas, como o conselheiro técnico da raça nelore, Dr. Fausto Pereira Lima.Durante a visita, o presidente do JBS expôs a situação da indústria frigorífica no Brasil, bem como pontuou ideias sobre como melhorar o relacionamento entre produtor e indústria, visando a união da cadeia produtiva. O presidente do grupo foi questionado pela diretoria da ABCZ sobre vários pontos críticos na relação frigorífico-pecuarista, como preços pagos ao produtor, peso e rendimento de carcaça, bem como pagamento por qualidade.

Questionado quanto à concentração da indústria frigorífica no Brasil, Wesley Batista foi enfático ao afirmar que a grande quantidade de indústrias frigoríficas não é um fator positivo para o país. “Ter 4 ou 5 empresas fortes, assim como acontece nos Estados Unidos, é melhor do que ter 100 empresas desorganizadas. O que precisamos é ter união na cadeia produtiva. Temos que ter um setor mais profissionalizado, uma cadeia organizada e, assim, todos saiam ganhando”, afirmou.

A proposta de agenda positiva do JBS inclui vários pontos importantes. Entre eles, estão: criação de índices de monitoramento e arbitragem dos preços, equilíbrio e redistribuição das margens ao longo da cadeia até o varejo, implantação de um Sistema Nacional de Tipificação de Carcaças que remunere melhor a qualidade ao pecuarista e chegue até o consumidor, desenvolvimento de marcas de carne passíveis de atendimento diferenciado de mercado durante todo o ano, trabalho conjunto para retomada de mercados de exportação, sobretudo, Europa.

A diretoria da ABCZ concordou com a necessidade de criação de uma agenda positiva. “É fato que precisamos evoluir na questão de relacionamento entre indústria e pecuarista. O problema é que sentimos hoje nos produtores um grande desânimo. Temos dificuldade em engajar os produtores, por exemplo, em programas de melhoria da qualidade da carne, pois a grande maioria não é remunerado adequadamente”, disse o presidente Eduardo Biagi.

A ABCZ se comprometeu em participar do movimento em prol da criação desta agenda positiva. Novas reuniões sobre o tema serão realizadas em breve pela entidade com a participação de outras entidades representativas do setor, de forma a buscar uma unificação da representação dos pecuaristas em nível nacional, para assim melhorar o diálogo com indústria e varejo, propondo alternativas em prol de toda a cadeia.

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